"Only Murders In The Building" - 1ª temporada

Em uma mistura de mistério e comédia, “Only Murders In The Building” é uma viciante série televisiva de 10 episódios. Estreando no dia 31 de agosto e sendo lançado semanalmente, a série contendo aproximadamente 35 minutos de duração foi finalizada no dia 19 de Outubro, já com a confirmação de uma segunda temporada. Feita pela Hulu, a série pode ser assistida pelo streaming Star+, com todos os episódios já disponíveis na plataforma.

Criada por Steve Martin e John Hoffman, a série acompanha um trio que de nada tem em comum, exceto por morarem no mesmo prédio e dividirem o mesmo amor por Podcast de True Crime. Após uma misteriosa morte no prédio em que vivem, Charles-Haden Savage (Steve Martin), Oliver Putnam (Martin Short) e Mabel Mora (Selena Gomez) se unem para resolver o crime através de seu próprio podcast.

O trio dinâmico guia a narrativa de forma viciante, sendo fácil de maratonar. As personalidades dos protagonistas divergem entre si, mas quando se unem, formam uma tríade carregada de boas atuações e momentos em conjunto. Os atores conseguem criar personalidades únicas aos seus personagens, sendo muito difícil ter apenas um destaque ao longo da temporada. Cada personagem consegue ter seu protagonismo, sendo possível traçar uma narrativa coerente e interessante para cada um. A série mantém um equilíbrio interessante e bem feito em que cria seus destaques, sem destoar ou diminuir o protagonismo entre um e outro.

A trama nos diverte em suas investigações. Aqui, os protagonistas não são formados na área criminal ou detetives amadores, e sim artistas, que através da arte, tentam resolver o caso, criando momentos de referências artísticas interessantes desde o primeiro episódio, nivelando conceitos entre o abstrato e o realista.

Apesar de em certos momentos trazer uma obviedade à resolução do caso, os acontecimentos em paralelo à narrativa principal conseguem entreter o suficiente para deixar isso passar batido. A proposta da série se dá muito mais em desenvolver seus personagens ao redor desse prédio, carregado de personagens memoráveis como possíveis suspeitos, que o crime em si.

A direção e roteiro, assim como a atuação, é cativante, emotiva e icônica. A cadeia de eventos evoluiu de modo verossímil, e cada episódio acrescenta à narrativa, sem enrolar ou encher de tramas paralelas vazias. A série soube muito bem incluir outras histórias e investigações ao longo dos episódios, deixando o telespectador acompanhando o crime principal, mas sempre colocando pequenas novas narrativas interligadas que acrescentam e crescem a trama de forma positiva.

Destaco também a criatividade do 7ª episódio da série, feito totalmente sem diálogos, a partir da visão de um dos personagens da série que possui deficiência auditiva. A série, mesmo trazendo elementos fora da sua narrativa, consegue através da sua criatividade, contar a narrativa proposta para o episódio sem precisar se utilizar de diálogos para isso.

Podendo ser considerada um dos melhores lançamentos do ano, é muito difícil não se entreter com uma narrativa leve, criativa e cativante. Finalizando a série com uma trama interessante para a segunda temporada, abrindo arcos sem se repetir em seu meio, mas ainda trazendo o elemento central de investigação a trama, “Only Murders In The Building” é uma daquelas séries que vale a pena maratonar.