"A Múmia": Um Clássico de Aventura Instantâneo
- Helena Vilaboim

- Jan 2, 2022
- 3 min read
“A Múmia” (The Mummy) é um filme de aventura e ação de 1999, dirigido por Stephen Sommers. Ele está disponível na plataforma Netflix e dura 2 horas e 4 minutos.

A narrativa segue o trio Rick O’Connel (Brendan Fraser) e os irmãos Evelyn (Rachel Weisz) e Jonathan Carnahan (John Hannah) numa jornada até a cidade perdida de Hamunaptra, ou a cidade dos mortos do antigo Egito. Quando um mal ancestral é despertado, o trio tem que encontrar um jeito de salvar o mundo da maldição.
Mesmo datando 23 anos de idade - e isso fica claro pelos efeitos especiais - “A Múmia” é um daqueles filmes que vale a pena assistir pela diversão que ele traz á audiência. Além disso, há também o senso de aventura, e modelos de personagens que saem do cliché da melhor forma possível, e um visual marcante.

Num dos papeis pais icônicos de sua carreira, o Rick O’Conell de Brendan Fraser parece á primeira vista um clássico “mestre de armas”, aquele personagem que está ali pra fazer o trabalho pesado e muitas vezes ser o par romântico de alguma protagonista. Mas o jeito com que o personagem aqui é construído é bem diferente do comum, embora siga também nessa linha.
A ele é dado um grau maior de humanidade e consequentemente de veracidade, e no filme o personagem é machão, mas também gentil e protetor, além de ficar realmente desconcertado quando falando com a Evelyn.

Essa quebra de expectativa que acaba sendo positiva pareceu ser um dos objetivos do próprio diretor, que também fez o papel de roteirista, e ele repete o padrão com a personagem de Rachel Weisz, Evelyn. Aparentando ser mais uma donzela em perigo em sua apresentação, Evelyn é o cérebro do trio, mas que também não tem medo de arriscar a própria segurança em prol da missão. Ela é corajosa, esperta e confiante em seu próprio trabalho e conhecimento, e corre atrás de seus objetivos.

Como vilão, a própria múmia, temos Arnold Vosloo no papel de "Imhotep", um sacerdote que tomado pelo luto, usa seu poder para trazer sua amada de volta á vida. O interessante no papel é que ele só se comunica em "egípcio" durante todo o filme, e mesmo assim, sua presença é ameaçadora e maléfica, talvez em parte por isso. É claro que quando o personagem tem essa aparência não ajuda.
A direção de Stephen Sommers é um aspecto que também chama atenção pelos padrões de hoje. É notável que ele preferiu filmar em sets abertos, e quando não havia essa opção, a luz usada imita a iluminação natural da cena. Apesar disso fazer algumas sequências mais escuras, também traz uma realidade incrível á imagem, e formam algumas cenas realmente lindas. E olha que ele filmou usando fogo em cena! As sequências no deserto são fantásticas, assim como os sets de templos, tumbas e o museu.

Sommers também é habilidoso em transitar entre gêneros. "A Múmia" em momentos diferentes pode ser um filme de terror, de aventura, de ação, de romance e até tem toques de velho oeste. O diretor consegue trazer tudo isso ao longa sem dificuldade, É interessante que em cenas consideradas mais brutais, ele usa técnicas que escondem a imagem explícita, mas o espectador sabe o que acontece.
O filme foi conduzido com tanto entusiasmo por toda a produção que além de se tornar um blockbuster desde seu lançamento, "A Múmia" tinha o potencial de revitalizar uma franquia antiga de monstros clássicos. Era a mistura certa de ação, comédia e aventura para cativar qualquer audiência. E rendeu mais dois filmes:
A trilha sonora também impressiona, com várias referências ao período em que a história se passa, intercalado com sons mais ligados ao Oriente Médio. Há algumas tracks que são verdadeiramente icônicas.
Em conclusão, "A Múmia" é um filme divertido e empolgante, que com certeza fez muita gente pensar em tentar a carreira em arqueologia quando jovem. Ele ocupa uma posição de lembranças boas para a audiência que presenciou o surgimento da franquia, e continua a envelhecer bem apesar dos efeitos.



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