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"A Sombra de Stalin": Foca na responsabilidade do jornalista

Updated: Feb 19, 2024

A Sombra de Stalin” (Mr. Jones) é um filme dirigido por Agnieszka Holland e foi produzido em 2019. O longa é um drama histórico baseado em fatos reais durante o início da Segunda Guerra Mundial. O filme está disponível na Netflix e conta com 2 horas de duração.


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James Norton como "Gareth Jones"

A narrativa segue Gareth Jones (James Norton), um jovem jornalista trabalhando para um jornal importante da Inglaterra, em sua jornada para a Rússia de Stalin depois de sua demissão desse jornal. Quando ele descobre a verdade por trás das propagandas do Kremlin, Gareth tem que decidir se vale a pena publicar a história e sofrer suas represálias ou não.


A Sombra de Stalin” é um filme que impressiona por seu imagético - A fotografia é muito bonita - , e os conceitos que o filme apresenta como reais - reservo aqui o direito de estar errada -, mas o melhor do filme na minha opinião são as performances.


James Norton carrega a maioria do longa em suas costas, e ele consegue desenvolver o protagonista muito bem, indo de um jovem, seguro de seus pensamentos e teorias, mas extremamente ingênuo e idealista, á um jornalista sofrido, que descobriu a importância e a responsabilidade de seu dever e escolha de agir como testemunha.


A narrativa, construída por Andrea Chalupa em seu projeto de estreia, é redondinho, certamente seguindo a lógica dos acontecimentos reais daquele período da vida de Gareth Jones. O roteiro é simples, e não tenta enfiar reviravoltas na trama, fora os possíveis enfeites que parecem ser mais especulação do que fatos.


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Peter Skarsgaard e Vanessa Kirby em "A Sombra de Stalin""

Junto com Norton, Vanessa Kirby e Peter Starsgaard brilham como Ada Brooks e Walter Duranty respectivamente. Ambos representando figuras chave para o progresso da jornada do protagonista.


Há um equilíbrio interessante entre Gareth Jones e Walter Duranty. Eles não são somente opostos polares, mas Duranty também representa um possível futuro de Gareth, caso ele não tenha sucesso na luta para revelar a verdade sobre o que testemunhou durante sua viagem.


Agniezka Holland não é nenhuma estranha ao cinema mais politizado, e isso, além de sua forte presença na direção do longa, talvez leve algumas pessoas a considerarem “A Sombra de Stalin” como um filme propaganda anti- Comunismo, ou ainda Pro Capitalismo. As referências são fortes, e é difícil escapar da sensação de que a agenda política que parece ultrapassada está sendo de uma forma, mesmo que gentilmente, forçada goela abaixo.


Aos leitores dessa crítica e principalmente possíveis espectadores desse filme, peço que considerem também o tema da luta pela verdade, que é o tema central da narrativa de Gareth Jones. Não há como desconsiderar o contexto em que a história está inserida, até porque não é uma obra puramente de ficção, mas não se prendam nisso.


Mas como também futura jornalista, eu aprecio a ideia de que o jornalismo investigativo, que é o tipo em que Jones se especializa, é uma ferramenta de mudança, principalmente quando é baseado em fatos reais e usado como denúncia. Achei que "A Sombra de Stalin" representa muito bem os riscos desse ramo da profissão, mas também a importância dele.


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Em conclusão, “A Sombra de Stalin” é um filme interessante de se assistir, que talvez seja pesado para algumas audiências, e a minha recomendação é só assisti-lo quando estiver procurando algo mais “cabeça” pra assistir.

 
 
 

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Matinê Baiana

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