"Animais Fantásticos e Onde Habitam: Os Segredos de Dumbledore" - Uma rotatória na narrativa
- Helena Vilaboim

- Apr 18, 2022
- 3 min read
O terceiro filme da franquia spin-off de Harry Potter chega aos cinemas mundiais como uma experiência, devido á algumas mudanças e confusões com que a produção teve que lidar. Originalmente planejada para ter cinco filmes, a produtora agora se volta para a recepção do filme para liberar a produção dos dois últimos.
"Animais Fantásticos e Onde Habitam: Os Segredos de Dumbledore" (Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore) marca o retorno da narrativa ao ponto de partida do primeiro primeiro filme, salvo algumas adições de personagens e avanços mínimos da situação de alguns personagens já estabelecidos.

O terceiro filme narra a aventura de Newt Scamander (Eddie Redmayne) na caçada por uma maneira de debilitar a influência de Grindelwald no mundo bruxo. Com a ajuda de Jacob (Dan Fogler), Theseus (Callum Turner), Lally Hicks (Jessica Williams), Bunty (Victoria Yeates) e Yusuf Kama (William Nadylam) e organizados por Dumbledore (Jude Law), o grupo embarca numa jornada política e contra o tempo para deter a guerra civil que está no horizonte.
Depois de tanta especulação com a retirada de Johnny Deep da franquia, era de se esperar que a produção e "Os Segredos de Dumbledore" tentaria voltar para uma narrativa já conhecida, tomando tempo para estudar a reação da audiência com a adição de Mads Mikkelsen como o notório antagonista Grindelwald.
Apesar de á primeira vista "Segredos de Dumbledore" possa parecer um copia e cola do primeiro filme, é importante notar que há mudanças nos status de alguns personagens. Principalmente Grindelwald. Nesse terceiro filme, a influência política que o personagem tem faz a guerra praticamente iminente.

Mads Mikkelsen preenche o lugar de Deep com facilidade e presença própria, e a audiência talvez se pergunte porque ele não tinha sido escolhido para o papel desde o início. O ator oferece uma performance ameaçadora, controladora e e manipuladora, mergulhando na faceta preconceituosa contra os "trouxas".
Os personagens já estabelecidos exercem basicamente a mesma função nos dois últimos filmes, mas há uma falta de conexão entre eles. O filme nunca dá tempo para que eles possam respirar. conversar sobre alguns acontecimentos, perdas sofridas ou o medo do futuro. A falta de comunicação entre eles é um erro severo.

Ainda assim, o filme consegue trazer animação com a adição de novos personagens, como Lally Hicks (Jessica Williams). Sua presença traz uma leveza ao grupo, embora ela seja uma bruxa extremamente competente. Ela também faz parte do núcleo cômico do filme em partes, em conjunto com Jacob.

Maria Fernanda Cândido faz o papel de Vicência Santos, ministra da magia brasileira e uma das concorrentes ao cargo de líder do mundo bruxo. É uma pena que sua personagem não tenha muitas falas, e é relegada á muitos cantos de cena. É possível que ela apareça nas próximas parcelas da narrativa, pois sua adição pode influenciar bastante o rumo da história.
O filme também conclui a narrativa de Credence (Ezra Miller) de forma conturbada e ligeiramente forçada, simplesmente desistindo da história do personagem rapidamente. É uma das inconsistências mais fortes da franquia até agora.
A sensação que o filme traz é a que falta um coração, e que as duas horas de história são um enorme prólogo pra o clímax que está se formando lentamente. Se o roteiro decidir colocar mais peso na relação dos entre os personagens, o impacto dos próximos filmes certamente será bem maior
É preciso também apontar a ironia na produção do filme. Recentemente a criadora das séries (tanto Harry Potter quando Animais Fantásticos), J.K. Rowling, tem sido desmascarada como uma pessoa preconceituosa em relação à membros da comunidade LGBT+. É interessante como a terceira parcela da franquia é inclusivo e parece prezar pela diversidade, mesmo sendo criação de uma pessoa com a mente tão pequena.
Tanto essa repercussão com a autora, quanto a saída de Johnny Depp deixaram a produção da franquia enfraquecida, e a Warner Brothers agora estuda a reação dos fãs e dos cinemas mundiais para liberarem a produção da nova trama.



Estava há anos esperando por esse filme, mas infelizmente, na minha opinião, não foi satisfatório. Faltou ação e intensidade, que de certo modo esteve mais presente no filme anterior. Muitos Críticos afirmaram que esse foi um filme de transição focada em politica, mas nem nisso foi empolgante. Faltou diálogos profundos, apresentar mais como funciona a politica mundial dos bruxos, presença de mais representantes, mais intrigas e mais corrupção. O filme nem sequer fala o que o tal do ''Mago Supremo''/''Supreme Mugwump'' faz. Sobre o Mads, ele tem cara de vilão, tecnicamente ainda serve pro papel, mas a falta do Johnny Depp chega a ser triste. Ele tinha o carisma necessário de Grindelwald que já era descrito pelos autores, como alguém capaz…