Critica - "Homem Aranha: Sem volta para casa" Um presente de natal mais que especial
- Clara Ballena
- Dec 20, 2021
- 3 min read
Entre altas teorias, vazamentos de imagens e adiamentos por conta da pandemia, “Homem-Aranha: Sem volta para casa” estreou no dia 16 de dezembro, já batendo recordes de bilheteria no Brasil. Entre seus erros e acertos, é inegável que o filme é um marco cinematográfico, sendo um presente de natal para todos os fãs que acompanham a jornada desse carismático personagem da Marvel.

Sendo uma homenagem à história do personagem mais que especial, o filme traz referências do passado ao mesmo tempo que abraça um futuro com novas oportunidades e enredos. Tom Holland apresenta neste terceiro filme de sua franquia um amadurecimento espetacular, trazendo novas características a seu personagem que não haviam sido bem aproveitadas nos filmes anteriores.
A história se inicia exatamente após os acontecimentos do segundo filme “Homem-Aranha: Longe de Casa” lançado em 2019. Após ter sua identidade revelada pelo Mysterio (Jake Gyllenhaal) antes de sua morte, Peter Parker (Tom Holland) tenta lidar com as consequências geradas pela revelação feita pelo vilão. Percebendo que não só sua vida, como as das pessoas ao seu redor, estão sendo prejudicadas, ele recorre ao Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch). Quando a solução pensada acaba criando mais problemas, Peter terá que enfrentar seu maior desafio até então.
A causa e consequência aqui tem um peso maior, e as atitudes tomadas pelo protagonista geram desenvolvimentos, que apesar de serem apenas para a história se desenvolver, agradam ao público pelo fanservice e cenas que se tornam impossíveis de não vibrar e se emocionar. O filme é uma homenagem, logo, não se garante como sendo único em sua trama, necessitando de referências anteriores e internas do universo para se entender ao todo e apreciar cada detalhe que garante uma épica narrativa aos fãs.

Focando na jornada do personagem, os numerosos vilões acabam tendo pouco destaque, aparecendo em momentos oportunos para criar dificuldades para o herói. Com isso, a pouco tempo de tela para desenvolver os vilões que felizmente, já haviam sido apresentados em outros filmes, dando espaço a narrativa a não se preocupar em desenvolver a origem de tantos antagonistas.
Com isso, acaba que dois vilões se destacam, tanto na narrativa, quanto na atuação: Dr. Octopus (Alfred Molina) e o Duende Verde (Willem Dafoe). Ambos retomam com facilidade no papel, e parecem se divertir ao reprisar os clássicos vilões, trazendo novas camadas que adicionam positivamente a trama do filme.
A direção entrega cenas de ação bem feitas, aproveitando ao máximo as singularidades dos vilões. Explorando cada gota que esse vasto multiverso pode oferecer, Jon Watts mescla o mundo já conhecido da sua trilogia, com novas camadas de desenvolvimento, tanto para o personagem, quanto para a sua direção.
O filme se segura na nostalgia e apresenta uma narrativa grandiosa, colocando o protagonista a par de seus atos e a moral já conhecida do mesmo: De lutar pelo certo e garantir a todos uma segunda chance.
Baseando-se na frase “Os fins justificam os meios”, o filme entrega um material emocionante, impactante e marcante, mas que se utiliza de sua grandeza para não se preocupar com furos e pequenos detalhes, estes, perceptíveis quando percebemos a narrativa como um todo.

Mesmo com os pontos apresentados, ao se perceber como um marco, o filme sabe-se utilizar sabiamente desse ponto, demonstrando-se como tal e guiando a narrativa de forma a emocionar, desde atuações espetaculares a cenas de ação e momentos que transformam uma sala de cinema em um verdadeiro estádio de futebol, o impacto do filme é inegável.
“Homem-Aranha: Sem volta para casa” finaliza uma trilogia que marca uma nova trajetória ao protagonista. É um filme feito por fãs para fãs, que entende sua importância e entrega um material carregado de amor e dedicação, que amadurece seu núcleo e mantém sua essência Marvel em um patamar elevado.



Comments