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Critica - "Matrix: Resurrections"

Updated: Dec 22, 2021

“Matrix Resurrections”, quarto filme da famosa franquia que dominou o universo cinematográfico, revolucionando o cinema como conhecemos, retoma sua narrativa de uma forma sagaz, brincando com suas próprias mitologias e sem medo de se divertir enquanto isso. Comandado por apenas uma das irmãs da trilogia iniciada em 1999, o filme estreia dia 23/12/2021, tendo uma duração de 2h28min.

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Retomando suas origens, o filme homenageia ao mesmo tempo que se utiliza da metalinguagem para brincar com seu universo. Thomas Anderson (Keanu Reeves) é um visionário designer de games que ficou famoso pela criação do jogo "Matrix". Desesperançoso, seguindo uma rotina carregada de ilusões, Thomas começa a perceber que a realidade não é bem o que parece, e que talvez seu jogo na verdade seja real.


Ao ler esta sinopse, fãs da trilogia clássica podem pensar que o filme é um remake das obras anteriores, mas as mentes perspicazes de Lana Wachowski, diretora do longa, ao lado de David Mitchell e Aleksandar Hemon, que assinam como roteiristas, conseguem trazer a essência dos clássicos e ainda se divertir com isso.


O universo da trilogia não é ignorado, muito pelo contrário, é referenciada em diversos momentos, deixando a narrativa mais rica para aqueles que assistiram todos os filmes, mas, a história é completa em seu núcleo, sendo possível de ser entendida mesmo para quem não tenha assistido os outros filmes.


Os efeitos especiais estão espetaculares, acredito que a tecnologia chegou no ponto sonhado pelas irmãs, e Lana aproveita a cada instante dessa tecnologia para abusar do imaginário e trazer fluidez e dinamismo que sonha a tantos anos. Sem perder a estética conhecida, a uma lapidação que faz com que não se crie um estranhamento, ao mesmo tempo em que outros elementos clássicos são remodelados, criando facilidades tanto para a narrativa como para o entendimento de que, assim como a tecnologia para os efeitos avançou ao longo dos anos, o mesmo desenvolvimento tecnológico ocorreu no universo da história.

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Com uma sagacidade e indiretas no ponto, o filme utiliza da metalinguagem da melhor forma, sendo particularmente um ponto alto do filme. Relembrando sua temática e abrindo portas para tratar de temas modernos, ele brinca com sua filosofia e até mesmo sobre o fato de existir o novo filme. A temática da escolha e se somos donos do nosso próprio destino ainda é o centro de sua essência, mas novos elementos, até mesmo cômicos, puxam a narrativa para questões críticas, algo que a metalinguagem proporciona, sendo realizado de maneira criativa.


As cenas de ação são bem coreografadas, a diretora tem a maestria e anos de experiência para conduzir as cenas da melhor forma. Não há nenhum momento que supere cenas dos clássicos que estão estampados em diversos livros de cinema, o que pode parecer que não se foi possível alcançar a grandeza e o peso que o filme tem. Mas, o próprio não aparenta querer ser grandioso, garantindo seu próprio entretenimento, sem se preocupar em ser maior ou melhor.


As atuações são positivas, tanto Keanu Reeves como Carrie-Anne Moss resgatam com facilidade seus personagens Neo e Trinity. A química do casal se mantém como uma chama acesa que jamais foi apagada. Neil Patrick Harris e Jonathan Groff são os novatos que conseguem atrair a atenção mesmo com cenas compartilhadas com os protagonistas. Enquanto o primeiro assume um papel vilanesco inovador para a narrativa, o segundo assume o personagem antagonista do Agente Smith, trazendo características novas a um personagem tão conhecido, sem perder certos maneirismos que marcaram a trilogia.

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Jessica Henwick como Bugs e Yahya Abdul-Mateen II como uma versão do personagem Morpheus, acrescentam na trama positivamente, mas por não terem seus próprios arcos, servem apenas como personagens de apoio, sem seus próprios objetivos além de ajudar os protagonistas ou contendo propósitos pessoais.


“Matrix Resurrections” é um divertida retomada sem propósitos grandiosos, e isso não o torna menos importante, apenas mais leve e sem obrigações. É um filme agradável que garante aos fãs uma nostalgia positiva.


*Para os que ficam até o final, o filme contém uma cena pós créditos.

 
 
 

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Matinê Baiana

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