Critíca - "Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes"
- Clara Ballena
- Apr 12, 2023
- 2 min read
Devo-lhes confessar que é de uma grande surpresa quando expresso minha mais profunda felicidade ao estar totalmente enganada sobre o filme “Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes”. O Filme de aventura e fantasia com duração de 2h14m que lançará nos cinemas brasileiros no dia 13 de Abril conta a história de uma trupe aventureira, cada um com suas habilidades essenciais, em busca de recuperar o que é seu em uma aventura cheia de erros, acertos e conquistas.

Ao assistir ao trailer de divulgação do longa, a primeira impressão que se aloja na cabeça é que a narrativa se trata de mais um blockbuster entediante, carregado de piadas desconexas e frases de impacto em momentos inoportunos ( Aparentando ser o filme “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, o que não vem ao caso, mas não deixa de ser um comparativo coerente). Para minha grata surpresa, o que chega às telas com a direção dupla de John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein é uma jornada divertida de se acompanhar, repleta de narrativa clássica trabalhada de forma inteligente, com uma direção que tenta fugir da normalidade, conseguindo através dela criar humor e diversão ao não se levar a sério e mesmo assim não se perder em um besteirol infinito.
A história sabiamente introduz o vasto universo fantasioso conhecido por muitos fãs de RPG a partir da dupla dinâmica composta por Edgin (Chris Pine), um bardo e excelente criador de planos (nem tanto de executá-los) e Holga (Michelle Rodriguez) uma bárbara feroz (de coração dócil). Juntos, eles garantem logo de cara uma introdução dinâmica, divertida e fluida.
Com os desafios e caminhos a serem traçados, novos personagens surgem para acrescentar a trupe, que conta com o propósito de derrotar um ex-aliado poderoso, Forge (Hugh Grant). Apesar da justificativas quase rasa do roteiro para unir a equipe e trazer novos aliados, o mago Simon (Justice Smith), a druidesa Doric (Sophia Lillis) e o paladino Xenk (Regé-Jean Page) constituem uma found family bem estabelecida, divertida e interessante de se acompanhar.

Com arquétipos bem construídos, é permitindo que as dinâmicas fluam através dos atores que, empenhados a não sair do que estão acostumados, tornam-se confortáveis a realizar proezas e trazer um ar natural aos seus personagens. Enquanto Chris e Michelle esboçam de sobra seu divertimento e aparente relaxamento ao atuar, outros como Justice e Sophia cometem rápidos, porém perceptíveis, deslizes. Graças ao roteiro dinâmico e direção convidativa, essas pequenas problemáticas passam despercebidas, e algo que se tornaria agridoce se transforma ao justamente entender o seu universo: Uma aventura que não se leva a sério e não se diminui por conta disso, unindo assim o útil ao agradável.
A partir dos pequenos desafios e objetivos que os heróis precisam enfrentar para caminhar ao tão sonhado prêmio final, é familiar aos jogadores e aos assíduos cinéfilos de narrativas clássicas compostas primorosamente pela narrativa do herói. A aventura relembra a fase do cinema de 2010, em que uma trupe de heróis se unem para combater ao mal, criando laços enquanto diverte o público (uma cena em específico relembra o primeiro filme dos “Vingadores”). Seja por um saudosismo ou até mesmo pela necessidade de um divertimento garantido em um novo universo fantasioso, “Dungeons & Dragons” entrega o que se propõe e traz com o tradicional, o divertimento necessário.

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