Crítica de: "Maligno"
- Clara Ballena
- Oct 22, 2021
- 3 min read

"Maligno” (Malignant), mais novo filme de terror do conhecido diretor James Wan (que perpassa entre o terror e a fantasia, dirigindo filmes como "Invocação do Mal" e "Aquaman") é uma diversão garantida para todos aqueles que amam os elementos principais do gênero. Gerando um bom entretenimento do começo ao fim, o filme serve como uma grande homenagem ao gênero, atraindo um público extremamente fiel à temática, que entra em êxtase com elementos desde o slasher ao sobrenatural.
Após passar por um acontecimento traumático, Madison (Annabelle Wallis) começa a ser atormentada por premonições de vítimas assassinadas por uma sinistra figura.
Contendo 1h51 min de duração, o filme estreou nos cinemas no dia 9 de setembro de 2021, mas atualmente se encontra disponível na plataforma digital HBOMAX.
Aos que preferem assistir ao trailer primeiramente antes do filme, sugiro que pulem essa etapa. Apesar da importância de um bom trailer, e do mesmo dizer ao telespectador o que ele deve esperar da obra, nada apresentado nele realmente traz os pontos brilhantes e reviravoltas espetaculares que o filme proporciona. Ao assistir ao trailer, a proposta aparenta ser mais um filme do gênero que utiliza dos seus elementos de forma listada, seguindo a fórmula, sem se preocupar em inovar. Basta assistir aos 5 primeiros minutos do filme, para perceber que ele segue exatamente o oposto de uma fórmula.
Com diversos elementos do gênero, o roteiro de Akela Cooper consegue pegar todas as melhores características do terror, e as joga em um liquidificador, gerando uma mistura adocicada dos melhores elementos, com toques de homenagem ao tema, ao mesmo tempo que inova em seu meio.
A história se inicia jogando o telespectador aos caos, o deixando rapidamente a par da trama que acompanhamos. Parecendo pular etapas iniciais do primeiro ato, o filme não acelera seus acontecimentos sem dar tempo para os personagens se desenvolverem, mas já parte para ocorrências que guiarão a trama até o seu fim.
Apesar do protagonismo no Terror, o filme aparenta ser uma grande aventura, está equilibrada por um diretor que percorre os dois gêneros, e sabe muito bem como fazer isso. A trama toda se diverte em seu universo, e sabe contar exatamente a história que se propõe. Ele não é um filme que tenta ser o melhor do gênero, mas é perceptível a dedicação de uma equipe que não tem preocupações em se arriscar, e ainda se diverte fazendo isso.

Contendo uma trama interessante, e um plot twist extremamente impactante, a narrativa peca em diálogos explícitos para guiar a narrativa, além de personagens auxiliares que parecem ser peças de um xadrez, estando apenas lá para mover a narrativa, e não estar presente nela. Apesar disso, o filme não deixa de divertir e gerar jump scares na audiência.
Enquanto alguns personagens parecem peças de xadrez, como dito acima, a protagonista interpretada por Annabelle Wallis é o oposto. Com sua atuação fenomenal, as nuances apresentadas pela personagem são únicas e bem feitas. O público consegue sentir na pele o horror e pânico que a protagonista vivencia, sendo muito difícil não ficar de olhos atentos a todo o instante durante a narrativa.
Mesmo apresentando ao longo da história pontos chaves para se entender o plot, o filme ainda consegue surpreender aqueles com olhares mais atentos, finalizando a obra como uma divertida fantasia de horror.
O filme provoca saudosismo nos fãs do terror, e se entretêm em seu universo criado, trazendo ao telespectador uma deliciosa e aterrorizante trama, que percorre todas as possibilidades que o gênero traz, sabendo trilhar esse caminho sabiamente, sem tropeçar ou exagerar.



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