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Crítica: "Euphoria" - 2 Temporada

Mantendo sua estética visual impecável e atuações de tirar o fôlego, “Euphoria”, sucesso da HBOMAX que já arrecadou diversos prêmios, finaliza sua segunda temporada no dia 27 de fevereiro, focando em novas narrativas, mas se perdendo em seu próprio eixo.

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A série criada, roteirizada e dirigida por Sam Levinson (que na verdade é uma readaptação de uma série televisiva israelense, de 1990), segue nesta nova temporada a retomada de Rue (Zendaya) ao mundo das drogas, enquanto foca na jornada de novos personagens que ainda não haviam tido tanto destaque na temporada anterior, como Cassie (Sydney Sweeney) e Lexi (Maude Apatow). A também a entrada de um novo personagem, Elliot (Dominic Fike), um aliado de Rue a volta às drogas.


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Preservando uma qualidade magnífica de sua fotografia, a série não mede esforços para entregar um vislumbre técnico e prático em suas filmagens. Seja no aspecto granulado ou uso da iluminação teatral para cenas intimistas, Euphoria é uma aula viva de cinematografia que encanta e traz uma estética única e inovadora.


Ao focar em novos personagens, a narrativa consegue nos prender em certos momentos, mas não garante um fôlego em seus 8 episódios com aproximadamente uma hora de duração. Ao nos apresentar novas jornadas, é necessário concluir, ou ao menos continuar, as que foram apresentadas na primeira temporada. Sam opta por não dar continuidade e acaba indo mais além, desconsiderando todo o crescimento anterior e o apagando completamente, dando uma sensação de despertencimento e esquecimento de tramas que estavam interessantes e eram vistas como importantes para o crescimento narrativo.


Enquanto personagens somem completamente da narrativa, como no caso das personagens Kat (Barbie Ferreira) e Jules (Hunter Schafer), Sydney Sweeney se destaca chegando a um protagonismo próximo ao de Zendaya, ambas entregando atuações memoráveis carregadas de sentimentalismo, com a capacidade de entregar dos mais variados sentimentos através do olhar.

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Apesar das atuações, os arcos trabalhados nessa temporada são confusos, e as ordens cronológicas que são passadas geram mais estranhamentos ao público, há também o que aparenta ser uma construção de redenção completamente errônea aos personagens Cal e Nate Jacobs (Eric Dane e Jacob Alordi), pai e filho com um relacionamento complicado e extremamente tóxicos, que não lidam com seus sentimentos e acabam sendo abusivos com suas parceiras.


A temporada então acaba sendo marcada por pequenos momentos icônicos, e não por sua narrativa ao todo. A série cresce somente por pequenas cenas que se destacam pela personalidade dos personagens e da empatia gerada pelo público, como no caso de Fezco (Angus Cloud) e Maddy (Alexa Demie) que, mesmo não possuindo um arco narrativo construído, conseguem em suas aparições criar momentos que ficam marcados pela temporada.


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Abordando temas essenciais, a série continua a trazer a sensibilidade e realidade do cotidiano de uma usuária de drogas, mostrando de forma crua os transtornos que não somente a pessoa passa, como sua família e amigos ao redor. A uma brutalidade que sensibiliza e ao mesmo tempo gera um alerta, trazendo uma mensagem negativa ao seu uso exacerbado.

A série de classificação indicativa para maiores de 18 anos possui teores pesados e conteúdo explícito, não sendo

indicada de nenhuma forma para menores da classificação indicada.


Euphoria” é uma obra prima cinematográfica essencial para um estudante de cinema e amantes da área. Apesar de seu merecido mérito, a série falha em um roteiro fraco e carregado de buracos, que se não forem bem trabalhados em sua terceira temporada (prevista para lançar em 2024), não conseguirão segurar a fiel audiência que resistiu mesmo aos incontáveis erros em sua roteirização.

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Matinê Baiana

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