Crítica: La Casa de Papel - 5 temporada(Parte 1)
- Clara Ballena
- Sep 7, 2021
- 3 min read
Mesmo entre seus altos e baixos, não podemos negar: La casa de Papel, mesmo com seus defeitos, é completamente viciante e empolgante. Com o lançamento da primeira parte da sua última temporada, tendo 5 episódios com média de 50 minutos, fica claro a ideia dos seus realizadores de finalizar sua narrativa em uma verdadeira zona de guerra para nossos bandidos favoritos, entregando nesta primeira parte um verdadeiro cenário caótico que se torna impossível não maratonar.

Seguindo exatamente do ponto em que foi finalizada a 4 temporada, a temporalidade dentro da série em comparação ao seu lançamento é completamente corrida. Diferente da passagem de um ano de um lançamento ao outro, os acontecimentos iniciados desde a 3 temporada somam horas de acertos e erros da equipe neste novo assalto. A dinâmica de liderança entre eles se mistura, mas sempre tendo o professor como comandante principal do grupo. Porém, nesta temporada, o professor se ausenta da comunicação, deixando nossos protagonistas desesperançosos e tendo que tomar decisões por conta própria.
O desenvolvimento é acelerado, tendo seus momentos de diálogos entre personagens, porém menor em relação à temporada anterior. Aqui, o terreno preparado é de guerra e caos total, nos fazendo sentir que o desfecho está finalmente próximo. As cenas de ação são bem feitas, conseguimos enxergar os movimentos dos personagens, sem perder o sentimento anárquico que a série propõe a desenvolver.

Em paralelo aos caos, temos duas histórias entrelaçadas ao longo da temporada: O personagem Berlim com seu filho realizando o planejamento de um roubo; E da vida de Tokyo antes de perder o seu grande amor e ser encontrada pelo professor.
Enquanto os flashbacks de Tokyo possuem começo, meio e fim, além de ter um propósito para nos emocionar na narrativa presente, a trama composta por Berlim e seu filho apenas aparenta não querer largar de mão um personagem que o público ama, mesmo tendo falecido há temporadas atrás. A menos que o surgimento de seu filho seja importante para a narrativa final na Parte 2, que será lançada no dia 3 de dezembro de 2021, não há motivos para acreditar na presença do personagem, além de agradar o público.
Apesar da narrativa entre eles ser interessante, o tempo de tela gasto para contar esta outra narrativa, que até então não acrescentou nada para a trama presente, apenas gasta tempo de tela que poderia ser acrescentado para evoluir personagens que foram deixados no esquecimento nesta temporada, como Denver e Rio.
O desequilíbrio em não saber mesclar a narrativa com inúmeros personagens faz com que se perca jornadas importantes das suas vivências, ainda mais em um momento tão caótico como o apresentado na série. Contudo, a ação e a falta de preocupação em matar personagens queridos, garante uma adrenalina do começo ao fim, em que ficamos vidrados na tela aguardando o desfecho final deste roubo.
As atuações se mantêm equilibradas, são boas, e não destoam das temporadas anteriores. Todos conseguem desempenhar um bom papel, e os novos personagens que foram inseridos ao longo da narrativa deixam pontos que podem valer a pena ser aprofundados na última parte. O final é impactante, dando uma maior certeza ao público de que nenhum personagem está seguro.

Resta agora saber como será este desfecho final, se ele fará jus a fama da série, ou irá decair e se tornar mais um final ruim na longa lista de séries finalizadas de modo terrível (Game Of Thrones, tô falando de você).
Para aqueles que adoram saber sobre como foram feitas as cenas da série, vale muito a pena assistir a série sobre os bastidores da 5 temporada chamado: “La casa de papel: De Tóquio a Berlim”, com duração de 52 minutos, eles aprofundam a narrativa e mostram como foram feitas as cenas. Agora cuidado! Assista somente após finalizar a série, pois logo de cara já tem spoilers do último episódio.
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