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Crítica: "MEN" - As faces do medo

Em um mix polarizado de sentimentos, fica difícil finalizar o filme “Men” sem sentir um sentimento de angústia e terror, este sendo reproduzido pelo gosto ou desgosto que o longa passa. Seja pelo desconforto ou não, é um fato que o diretor Alex Garland consegue gerar um mix de sentimentos para fãs do gênero gore (subgênero do terror que se concentra em representações gráficas de sangue e violência

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Estreando no dia 08/09/2022, o filme com 1h40min de duração acompanha a história de Harper, que após um evento traumático decide alugar uma casa isolada no campo. Em busca de paz, Harper acaba tendo dificuldades ao lidar com o local e com as assombrações que a rondam: Homens.


Existe uma fala que diz: Se uma mulher estiver andando sozinha souber que se for para um lado, encontrar o diabo, e do outro, um homem, todas irão preferir passar pelo diabo, do que esbarrar em uma rua deserta com um homem. O filme parece brincar com esse dialeto e, ao invés de dar a opção de escolha, a protagonista enfrenta os dois: O homem e o demônio em um mix de personalidades.


Afinal, o que não seria um dos nossos maiores medos, que a figura masculina sendo representada perante todos os pecados capitais? O filme, carregado de referências bíblicas, coloca Harper para enfrentar desde micro agressões a maiores violências, tudo isso sendo entregado maravilhosamente bem pela atriz Jessie Buckley, que imprime com maestria uma força feminina descomunal, mostrando força e exaustão nos momentos necessários com naturalidade e potência.

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Fazendo juz a sua colega de elenco, Rory Kinnear não fica para trás ao demonstrar mais de uma faceta masculina, sendo difícil em alguns momentos perceber que diversos personagens são interpretados pelo mesmo ator, que corrobora com o terror ao servir diversas faces (algo ligado diretamente ao subtítulo que o longa recebeu no brasil)


Com cenas difíceis de se apagar da memória, e com uma fotografia estonteante da protagonista e a natureza a sua volta, o filme busca por sua originalidade, mas peca ao repetidas vezes saturar sua temática que a todo o instante é jogado em tela, sem pausas e sem razões claras, tudo somente exposto ao público para transmitir e repetir, o que o filme quer dizer. Talvez por tentar construir algo que queria acolher todos os sentimentos do que é ser mulher na sociedade (partindo de uma visão masculina), o autor tenta a todo o instante colocar sua temática em cena, sendo desgastante quando observado em seu tempo de duração.

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Em uma mistura de lúdico com o realismo, o filme abraça o imaginário principalmente em seu ato final, entregando uma angustiante e grotesca cena que com certeza ficará na memória de muitos, e que ainda será comentada por alguns anos.


“Men” não é um filme para todos, e talvez nem busque ser. É necessário entrar de mente aberta para entender tudo o que o autor propõe em sua obra. Apesar do elenco que brilha e de uma fotografia surpreendente, o longa satura sua própria temática e se embola em seu próprio eixo.


 
 
 

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Matinê Baiana

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