Crítica - "Moonfall : Ameaça Lunar"
- Clara Ballena
- Feb 3, 2022
- 2 min read
Não é de hoje que desastres apocalípticos carregados de muita ação e destruição dominam as salas de cinema. “Moonfall – Ameaça Lunar”, retoma esse gênero após vivermos um mundo pandêmico de forma lúdica e entretida, mas com defeitos difíceis de serem despercebidos.

O filme acompanha a história dos astronautas Jo Fowler (Halle Berry) e Brian Harper (Patrick Wilson) que após um misterioso acidente envolvendo a sua nave espacial, acabam se distanciando e seguindo rumos diferentes. Anos após o ocorrido, K.C. Houseman (John Bradley), um teorista do espaço, descobre que a lua está saindo de sua órbita e vindo em direção ao planeta Terra, e que o motivo pode estar relacionado ao ocorrido no passado.
Dirigido pelo cineasta alemão Roland Emmerich, conhecido pelos filmes (também apocalípticos) “Independence Day” e “2012”, fica claro que o filme é sua zona de conforto, em que consegue criar com facilidade cenas de aniquilações caóticas carregadas de uma boa ação e efeitos especiais. Com isso, acabamos tendo uma direção que cumpre o seu papel, por outro, temos uma mesmice de imagens dos filmes citados que poderiam ser colocadas neste filme, e não haveria diferenças.
O cenário espacial não se difere dos seus clássicos do gênero. Há momentos que adicionam novidades a trama, esses, partindo de um novo pressuposto apocalíptico, em que os culpados da aniquilação do planeta terra não se dá por desastres causados pelo aquecimento global, e sim por uma teoria conspiracional que parece sair da cabeça de teóricos republicanos dos Estados Unidos. O filme, assim como qualquer narrativa estadunidense, eleva seu patriotismo às alturas espaciais, se colocando como salvadores e o ideal para a humanidade. Clássico, porém batido e cansativo.

O ser destruidor no final se torna o aniquilador sem objetivos, com o único propósito de matar. E assim como o antagonista, os protagonistas se perdem em narrativas superficiais que somente são carregadas em alguns momentos pela força dos atores que tentam melhorar o péssimo roteiro.
Dividindo-se em dois propósitos: Demonstrar a destruição e construir relações, o filme contendo duas horas de duração somente desenvolve o primeiro, se perdendo ao tentar unir duas modalidades de roteiro em uma só. Há sim possibilidades de ambos ocorrerem, porém a falta de concretização de uma narrativa Character-Driven (história movida pelos personagens) ou Plot-Driven (história movida pelos acontecimentos) cria um aspecto desproporcional, dando uma ideia de falta de construção.
Apesar de imagens arrepiantes de ondas descomunais e destruições, a cinematografia do filme perde a oportunidade de criar um olhar fotográfico inteligente à destruição, dando uma ideia novamente de mesmice e de comodismo.

K.C. Houseman (John Bradley); Brian Harper (Patrick Wilson) e Jo Fowler (Halle Berry)
“Moonfall : Ameaça Lunar” é um entretenimento que se alicerça na estagnação de sua temática. Ele se segura a todo o instante em seus aspectos e quando tenta se diferenciar acaba criando algo confuso e mal elaborado. Entretém onde lhe convém, mas não passa disso.
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