Crítica - Morra, Amor("Die my love")
- Clara Ballena
- 6 days ago
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Updated: 5 days ago
Estreando no festival de Cannes em 2025, "Morra, Amor" (Die My Love); finalmente chegou aos cinemas brasileiros no dia 27 de novembro do mesmo ano. O longa é o retorno da cineasta escocesa Lynne Ramsay após 8 anos em lançar um filme.
Uma de suas obras mais conhecidas, “Precisamos Falar Sobre o Kevin” (2011) , alavancou sua carreira norte-americana. Agora, a diretora volta às telas de cinema, com uma produção de Martin Scorsese: um drama psicológico protagonizado por Jennifer Lawrence e Robert Pattinson.

Roteirizado pela direção juntamente com os roteiristas Enda Walsh e Alice Birch, o filme é uma adaptação do livro homônimo escrito pela argentina Ariana Harwicz, lançado em 2012.
No filme, Grace (Jennifer Lawrence) e Jackson (Robert Pattinson) formam um casal apaixonado à espera de seu primeiro filho. Mas com a chegada da criança, e os afazeres domésticos na nova casa isolada da cidade, Grace começa a sucumbir á um limbo psicótico.
A experiência de assistir ao filme pode ser para alguns um tanto quanto angustiante. Nas suas 1h 58min de duração, vemos o conflito de Grace sendo interpretado brilhantemente por Jennifer Lawrence, que com facilidade demonstra gradativamente camadas da loucura de sua personagem: intensa, conflituosa, deixando os pensamentos intrusivos a controlarem. Seu parceiro de tela também merece elogios, não ficando à trás e adicionando uma intensidade sublime e necessária para sua parceira de cena.
Pattinson e Lawrence se movimentam em sintonia, e as cenas em que estão juntos são as mais explosivas e impactantes do longa.

Fugindo do mais conhecido widescreen, o filme projetado em 4:3 constroi uma claustrofobia visual que enriquece a psique da protagonista.
Um agradecimento especial à direção pelo fato do filme gravar cenas noturnas em que conseguimos enxergar o que está acontecendo, algo que falta em diversos filmes modernos. As cenas noturnas, além de representar momentos de fuga e delírios, servem um visual estético primoroso, ao mesmo tempo que constroi um sentimento de contenção e desespero.
Entretanto, a atuação e a cinematografia não são capazes de sustentar a narrativa, que transborda em cenas exaustivas, que pesam e prolongam o tempo de tela de maneira cansativa. Momentos, personagens e conflitos surgem e desaparecem da mesma maneira, tornando instantes com potencial em maçantes prolongamentos da loucura e estilização de uma psique instável.

Ao longo do filme, temáticas são abordadas, como depressão pós-parto e a solidão feminina. O longa até consegue em parte representar tais temas, mas em alguns momentos parece pecar ao exagero para construir loucuras por loucuras ao invés de aprofundá-las.
“Morra, Amor” (Die my love) é sem dúvidas, uma experiência. Mas, não quer dizer que seja positiva para todos. Dependendo do público, a audiência pode sair satisfeita, ou em choque com o que acabou de assistir.
Ficha Técnica de "Morra, Amor":
Direção: Lynne Ramsey
Roteiro: Enda Walsh, Lynne Ramsey e Alice Birch
Elenco: Jennifer Lawrence, Robert Pattinson, Sissy Spacek, LaKeith Stanfied, ...
Duração: 1h e 58 min
Plataforma: Cinemas
Estrelas Matinê: 3/5



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