Crítica: "Ms. Marvel"
- Clara Ballena
- Jul 15, 2022
- 3 min read
Sendo uma importante e surpreendente narrativa, a nova série da Marvel Cinematic Universe (MCU) “Ms. Marvel”, traz uma importante narrativa cultural regada de jovialidade e apresentando uma série única, leve e diferenciada. Sendo mais um acerto desde “WandaVision”, a série consegue abraçar o arco narrativo episódico de maneira sucinta e viciante, introduzindo fortemente uma nova personagem que já garante bons futuros em próximas produções.

Em “Ms. Marvel” conhecemos Kamala Khan (Iman Vellani), uma adolescente muçulmana americana completamente fanática por super heróis, especificamente, pela super heroína Capitã Marvel. Vivendo em sua rotina de adolescente, Kamala cresce na cidade de Jersey City, onde tenta equilibrar sua rotina com suas origens. Mas tudo parece mudar quando Kamala descobre seus poderes, e que agora ela deverá aprender a lidar não só com essa fase da sua vida, como de ser uma super heroína.
Possuindo 6 episódios, a série foi lançada semanalmente pela plataforma de streaming Disney+. Seu primeiro episódio estreou no dia 8 de junho e finalizou a série no dia 13 de Julho.
Já aviso de antemão que essa série não é para todos. Caso espere lutas bem coreografadas, cenas de ação e heróis maduros e adultos, essa série definitivamente não é para você. Além de ser uma série sobre descobrimentos, tanto pessoais quanto poderosos, a série é uma homenagem a todos os fãs que acompanham o universo Marvel a anos, e que embarca na cultura paquistanesa e principalmente sobre a Partilha da Índia, conflito após a independência do país onde os britânicos decidem dividir o território, gerando diversos conflitos locais.
Apesar de ser um dos seus primeiros trabalhos, Iman Vellani utiliza com proeza toda a sua verdadeira personalidade para incrementar e transformar esta personagem que pela primeira vez vislumbramos em live action. Apesar das diferenças entre seus poderes originais, aqui sua criação e desenvolvimento cresce a partir de suas crenças e laços familiares, criando um simbolismo ainda mais forte e personalizado para a heroína.

As lutas de ação são coreografadas com a verossimilhança de uma adolescente que nunca praticou artes marciais: bagunçadas e sem desenvolvimento, o que cria mais aproximação com o público. Além disso, os dilemas que a própria personagem passa podem ser relembrados claramente pela velha geração, como expressivos para os jovens que as vivenciam, como o primeiro crush e a tentativa de tirar a carteira de motorista. Todos esses elementos misturados com a direção dinâmica e efeitos visuais cartunescos geram mais originalidade a obra, que consegue com proeza linkar todos esses elementos, sem se perder na trama ou no que se propõe a fazer.
Com duas tramas que se desenvolvem em paralelo ao longo da série, alguns episódios parecem que vão se perder ao tentar trazer inúmeras informações ao mesmo tempo. Felizmente, isso é resolvido rapidamente com uma conclusão bem equilibrada, finalizando um arco e trazendo portas para um futuro mais que promissor.
Fica claro que existe um público em específico que a série se propõe a ser seu público alvo, o que acaba reduzindo sua amplitude de audiência. Dentre poucos erros diante a inúmeros acertos, ainda mais quando comparados a recentes lançamentos da MCU, “Ms. Marvel” é um acerto divertido e leve, fácil de se reconhecer e de encantar.
Com uma finalização ligando diretamente a um dos possíveis desdobramentos que os fãs esperam ansiosamente, a série se torna um importante elo para a nova fase da Marvel, que se continuar assim, poderá render excelentes projetos.
*A série possui uma cena pós-crédito ligando diretamente a próxima aparição da heroína no filme “The Marvels”, com previsão de lançamento para 28 de Julho de 2023.




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