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Crítica: NOPE (Não!Não Olhe!)

A versátil e brilhante mente do diretor e roteirista Jordan Peele ataca novamente. Desta vez, entregando um suspense sci-fi renovador e intrigante, sendo mais um daqueles casos de filmes em que quanto mais você pensa nele, melhor ele fica.

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Fugindo um pouco de sua proposta “Humanos são os verdadeiros vilões” apresentados em suas duas últimas (e sensacionais) produções “Corra” (2017) e “Nós” (2019), Jordan recobre a temática batida de seres extraterrestres e constrói a partir dele, um novo e aterrorizante vilão: O desconhecido, que está sempre a vigiar.


Utilizando de uma narrativa já bem conhecida, considerada simplista (monstro sem aparente objetivo que destrói/mata e humanos que se projetam/lutam para sobreviver), o realizador constrói, nas 2h15min de duração de seu longa, uma jornada profunda, reflexiva e aterrorizante.


Todo o processo, preocupação e detalhamento da obra faz com que o longa se torne uma experiência cinematográfica, ainda mais se utilizando da nova e primorosa IMAX, sendo o primeiro filme do gênero a utilizar esta tecnologia, que amplia tanto imagem quanto som em uma verdadeira imersão.

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As atuações incrementam ainda mais o universo construído. A relação entre os irmãos, OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald (Keke Palmer) Haywood é feita de maneira brilhante pelos atores, que encaram duas personalidades opostas que se unem com naturalidade e destreza. Outro destaque do filme, que acaba por abarcar uma parte importante do desenvolvimento narrativo é Jupe (Steven Yeun) que assim como seus colegas de elenco, consegue imprimir sutilezas essenciais para a história.


Apesar do filme se apropriar de forma sublime das facetas clássicas do gênero, como a utilização do elemento "Jumpscare" (Uma mudança abrupta, traduzida como “pulo de susto”), o real terror se dá pela trilha sonora de Michael Abels, capaz de construir através da sonoridade momentos dignos de arrepiar os pelos. A construção e potência sonora está muito mais como essencial do que somente adicional, e construí-la de forma igual garante uma experiência audiovisual primorosa.


E claro que sendo uma obra de Jordan Peele, não poderia faltar simbologias e mensagens que acrescentam conteúdos para sua temática. Se somente um filme seu foi capaz de criar uma ementa na faculdade, este então, que se relaciona com o universo do cinema, pode se tornar um curso com extrema facilidade. Aqui, não faltam elementos para serem discutidos e debatidos, e mesmo que se chegue perto de uma conclusão, basta se lembrar de alguma cena ou algum diálogo para perceber que sua vastidão ainda é grande demais para pequenos diálogos.

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“Nope” é uma experiência cinematográfica. Talvez não tão poderoso quanto seus antecessores no quesito de premissa, mas sem sombra de dúvidas se destaca como um dos grandes lançamentos do ano.




 
 
 

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Matinê Baiana

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