top of page

Crítica:“Red: Crescer é uma fera"

Com a popularidade de filmes com quase três horas de duração e tramas com problemáticas complexas, carregadas de conflitos aumentados devido a uma urgência catastrófica (esta podendo ser literal ou subjetiva) “Red: Crescer é uma fera” (“Turning Red”) é um belo exemplo de que, nem sempre as tramas precisam ser complexas para que seu tema seja forte. Em um mundo de longas narrativas, a um agrado enriquecedor assistir a uma narrativa simples, objetiva e dinâmica, que abraça um tema feminino, tratando-o com uma leveza delicada e essencial para toda a família.

ree

O filme conta a história de Mei Lee (Rosalie Chiang), uma adolescente de 13 anos que sempre foi a filha comportada e correta da rigorosa mãe Ming Lee (Sandra Oh). Tentando conciliar sua vida com a rigidez vinda da sua família, Mei ainda tem que lidar com o fato de se transformar em um panda vermelho gigante toda vez que tem emoções afloradas.


Comandado por um time majoritariamente feminino, o filme abre portas para falar de uma puberdade feminina de maneira subjetiva, mas sem deixar de amenizar ou retratar de modo coerente. Mulheres na puberdade também sentem transformações em seu corpo, emoções afloradas e cheiros estranhos, como o filme brinca. A sensibilidade de uma equipe feminina faz com que essa entrega seja proeza e divertida, sendo muito difícil não se simpatizar ou familiarizar com Mei e suas amigas.

ree

Além deste tema, outro recorrente que move a narrativa é o relacionamento mãe e filha, este claro e bem construído, principalmente na construção de Mei em ser a filha perfeita aos olhos da mãe, mas consequentemente escondendo sua real personalidade. Aos olhos maternos, serve-se como inspiração para observar o mundo aos olhos dessa adolescência onde tudo é novo, que devido ao crescimento e obrigações da vida adulta, são deixados de lado ou desvalorizados.


Aqui também há um eu feminino que trabalha com a raiva, sentimento este negado pelas mulheres em diversas gerações de filmes com personagens, ora mocinhas, ora femme fatale. Neste longa, temos a simplicidade de um sentimento reconhecido no universo masculino, porém negado ou raro no feminino. O filme tem tamanha responsabilidade ao conseguir prudentemente transmitir um sentimento simples de maneira verdadeira, mas sem o engrandecer de modo impróprio.

ree

A direção de Domee Shi, (que divide o roteiro ao lado de Julia Cho) ajuda a acelerar o desenvolvimento narrativo ao inserir elementos de mangá nos traços da animação. Assim como a puberdade na adolescência, os sentimentos são aflorados e exagerados, assim como as expressões faciais de suas personagens, que garantem um elemento cultural ao filme e facilita o entendimento do público com a temática produzida.


“Red: Crescer é uma fera" é aquele filme para toda a família que se torna uma reflexão positiva do universo feminino e das convenções familiares. É divertido, leve, e garante uma entrega fílmica rápida, simples e carregada de excelentes temáticas.


 
 
 

Comments


Matinê Baiana

Receba nossa Newsletter semanal!

Obrigada!

©2021 by Matinê Baiana. Proudly created with Wix.com

bottom of page