Crítica: Sem Ar

Vendendo-se como um longa tão intenso como o filme "A Queda" (2022), "Sem Ar" (The Dive) é uma intrigante jornada para as profundesas do oceano e do luto, enquanto duas irmãs tentam sobreviver aos desafios internos e externos que as assombram.

O filme, que estreia oficialmente no Brasil no dia 14 de Setembro em todos os cinemas do país, foi dirigido por Max Erlenwein e escrito pelo diretor juntamente com o Sueco Joachim Hedén.

O filme Alemão falado em língua inglesa gira em torno de duas irmãs: Drew (Sophie Lowe) e May (Louisa Krause), que após muito tempo sem se verem, decidem realizar uma atividade que, para elas, é comum: o mergulho. No entanto, o que começa como uma aventura empolgante rapidamente se transforma em um pesadelo quando uma das irmãs fica presa em uma rocha subaquática, incapaz de se mover.

Sem sombra de dúvidas o longa explora os desafios humanos debaixo d'água de forma angustiante, mas sem utilizar a trilha como muleta para alcançar esse patamar. Aqui, o jogo de câmera subaquático dá a profundidade do perigo, e as atuações concretizam esse sentimento.

Existem momentos durante o longa que se torna uma tarefa difícil não prender a respiração juntamente com as protagonistas, para testar a sobrevivência em um ambiente inóspito e perigoso como o fundo do mar juntamente com elas.

Sophie Lowe e Louisa Krause em "Sem Ar"

A performance das protagonistas é igualmente impressionante. Elas conseguem transmitir o medo, a angústia e a determinação de suas personagens de forma positiva, segurando o telespectador por 91 minutos em que somente ambas compartilham a tela.

A ficha técnica da produção é mínima, e o único personagem que aparece além delas é a figura imagética do pai, além de flashbacks de ambas no passado. Apesar de construir mais uma camada para gerar emoção para o publico, a repetição exagerada e entrecortada em momentos imprecisos na trama gera uma quebra e cansaço aos olhos do público.

A cadeia de eventos que decorre após o incidente incitante, isto é, o momento na narrativa em que a uma "virada de chave" que inicia a trama são coerentes, levemente previsíveis, mas carregados de forma positiva e somente com breves momentos em que sentimos mais raiva do que desespero ao lado da personagem Drew, que acaba sendo a encarregada de cumprir a complexa função de salvar a sua irmã.

"Sem Ar" é um thriller subaquático que oferece uma experiência cinematográfica emocionante e sufocante. Em telas que são ocupadas por narrativas batidas e heróis formulados, é interessante acompanhar duas forças humanas e femininas em uma simples, porém intrigante narrativa.