Crítica - "She-Hulk: Defensora de Heróis"
- Clara Ballena
- Oct 14, 2022
- 2 min read
Inovador, dinâmico e com certeza, irritante para muitos Haters. Estamos falando do último lançamento de uma linha industrial de produções seriadas da Marvel Studios: She-Hulk. Seguindo uma linha bem mais próxima do estilo seriado de "WandaVision", a série é uma revolucionária paródia da sociedade atual, onde os verdadeiros vilões não estão dentro das telas, e sim fora dela, enchendo os trending topics do twitter com ódio e comentários machistas.

A série, contendo 9 episódios com duração média de 35 minutos, foi finalizada no dia 13 de Outubro, prometendo expandir mais ainda o universo da MCU. Nessa narrativa, acompanhamos Jennifer Walters (Tatiana Maslany), uma promissora e carismática advogada que também é prima de Bruce Banner (Mark Ruffalo), mais conhecido como o incrível Hulk. Quando um acidente ocorre, Jennifer acaba adquirindo os poderes do “Hulk”, e agora, terá que aprender a equilibrar sua vida entre ser uma advogada e uma super-heroína.
Quebrando a quarta parede frequentemente, assim como nos quadrinhos, a personagem, vivida maravilhosamente bem pela talentosa Tatiana Maslany, nos informa desde o começo sobre o que é a série, e principalmente, o seu objetivo. Tendo um estilo episódico, em que as narrativas se conectam pela trama principal, mas sempre tendo um caso do dia, a série mistura sabiamente sua comédia com o estilo tribunal que a protagonista tanto deseja, não é à toa que ela literalmente nos conta: Essa é uma série de advocacia, desistam da ação que vocês estão acostumados.
E mesmo com algumas lutas e pequenas batalhas, a essência do universo jurídico vibra a todo o instante, junto com a jornada pessoal de Jennifer em se encaixar e se entender na sua nova realidade. Para o público feminino, é muito fácil de relacionar com todas as situações que a protagonista passa, sendo transmitidas com tanta facilidade pela atriz, que fica difícil não simpatizar logo de cara com ela e se divertir sobre seus questionamentos em relação a própria realidade ficcional que vive.

Essa facilidade, garantida pela atuação, é ampliada pela equipe feminina por trás da realização da série: Kat Coiro e Anu Valia dividem a direção dos episódios, criando um conjunto memorável juntamente com Jessica Gao, criadora e roteirista da série. Esse ambiente, há anos tomado pelo olhar masculino, é finalmente aberto para uma visão feminina maravilhosamente cômica e relacionável.
Apesar dos efeitos especiais de procedência duvidosa, acontecimento que infelizmente fica impossível de não se notar, este é causado justamente pela produção exacerbada da empresa, é algo que apesar de causar estranheza no começo, acaba se tornando costume com o decorrer dos episódios. Esse elemento, perceptível desde o trailer, e que se torna um problema, acaba virando uma piada dentro da série, se tornando verossímil e até mesmo coerente para a trama.
Divertido do começo ao fim, com personagens memoráveis e participações mais que especiais, “She-Hulk: Attorney at Law” é uma divertida comédia que sabe entreter e sabe muito bem dos odiosos comentários que rondam as redes sociais. Ela se torna um lembrete ao público que aqueles que produzem escutam com clareza seus comentários, e que a fortaleza criada pelo anonimato das redes sociais deve sofrer as consequências por crimes no âmbito virtual.




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