Crítica: "Temporada de Verão" - Primeira Temporada
- Clara Ballena
- Feb 8, 2022
- 2 min read
Lançada no dia 21 de Janeiro de 2022, “Temporada de Verão”, mais nova série brasileira com selo Netflix, nos faz embarcar em uma jornada esteticamente agradável, mas que por um roteiro batido e atores mal trabalhados, fazem desta história um verdadeiro pesadelo.

A série conta a história de jovens adultos que trabalham em um resort paradisíaco chamado “Maresia”. Lá, o grupo lida com seus dilemas internos enquanto se unem pelo trabalho em comum.
Se desenvolver um protagonista não é uma tarefa fácil, imagina sete. Existe sim, a possibilidade de criar uma jornada que contempla o propósito de multi personagens, como já observamos em diversos seriados estilo Sitcom. Mas, por seu estilo já criar o conceito de desenvolvimentos rasos ou personalidades já marcadas, não há um problema a falta desenvolvimento nesse gênero. Quando partimos para um drama de 40 minutos, com narrativas clássicas e a necessidade de personagens que evoluem a todo o instante, mas série segue um caminho oposto, ocorre então uma falta de clareza com seus protagonistas, gerando um péssimo desenvolvimento.
Em seus 7 protagonistas a história se prende a diegese de Catarina (Giovanna Lancellotti) uma patricinha rica com transtorno de compra compulsiva que perde tudo o seu dinheiro e tem que trabalhar pela primeira vez na vida; Yasmin (Gabz) uma paulista que não sabe nadar mas vai trabalhar em uma ilha com o propósito de encontrar seu pai; Diego (Jorge López) um estrangeiro que sonha em se tornar salva-vidas mas vive preso em seu passado misterioso.

Giovanna Lancellotti e Jorge López como "Catarina" e "Diego"
Os outros personagens seguem uma linha tão simplória que adjetivos já bastam para denominar e acrescentar todo o seu desenvolvimento ao longo da série, erro que ao ser cometido, fica difícil de passar despercebido. Aqui apetrechos novelescos são usados escancaradamente: Temos teste de DNA, intrigas dignas de “5 série”, brigas que se resolvem em um piscar de olhos, outras que desenrolam sem justa causa e até mesmo “Queerbaiting” (Termo utilizado quando criadores sugerem, mas não retratam, um romance LGBTQIA+).
Com a direção comandada por Isabel Valiante e Caroline Fioratti, as paisagens paradisíacas são pouco aproveitadas, mas o design de luz e cinematografia em estúdio ainda trazem uma personalidade magnífica, criando uma textura fílmica bela e bem trabalhada. Mas, por trabalharem tanto na estética, acabaram deixando de lado a direção de atores, acreditando fielmente que apenas as dinâmicas entre eles seria transpassada para as telas. Com isso, os atores ficam perdidos em cena, sem direcionamento de como declamar diálogos superficiais, criando uma atuação entupida de exageros e poucas nuances.

“Temporada de Verão” inicia sua jornada de forma positiva, mas ao longo dos episódios, cai de maneira drástica. É um entretenimento que tenta se passar como jovem, mas que esquece de conversar com seu próprio público, desperdiçando uma narrativa carregada de potencial.



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