top of page

"Maya e os 3 Guerreiros": Traçando e tomando conta da ancestralidade


ree

Escrita, dirigida e estrelada por Jorge R. Gutierrez, "Maya e os 3 Guerreiros" (Maya and The Three) é o terceiro projeto do cineasta que celebra a cultura mexicana e nesse especificamente, a cultura asteca. A mini-série original Netflix conta com 9 episódios de mais ou menos 30 minutos cada e está no catálogo da plataforma desde 2021.

ree

A narrativa segue Maya (Zoe Saldaña), uma princesa do povo "Teca" que sonha em viver aventuras em vez de seguir a tradição de diplomata. Quando ela descobre que sua mãe na verdade é a Deusa da Morte, Micte (Kate del Castillo), e que o Deus da Guerra, Mictlan (Alfred Molina) quer sacrificá-la para ganhar mais poder, Maya embarca numa jornada para pará-lo e salvar o mundo.


Numa aventura dividida entre quatro reinos diferentes, Maya entra em contato com os deuses e outros humanos exilados, e durante a viagem, a princesa arrogante tem que enfrentar também o próprio egoísmo e ceder a liderança para atingir seu objetivo.


Com um elenco vocal maravilhoso que também conta com Rita Moreno, Gabriel Iglesias, Stephanie Beatriz e Diego Luna, "Maya e os Três Guerreiros" é um festival de cores e visuais extremamente detalhados, seja o design dos personagens ou o cenário ao redor. Algo que chama muita atenção é o cuidado da animação ao trabalhar com fontes de luz, trazendo um diferencial pelo esmero aplicado aqui.


ree

A direção de Jorge Gutierrez é extremamente estilizada e nos episódios, é possível notar vários elementos do diretor já estabilizada em projetos passados como "Festa no Céu" (Disney+) e "El Tigre". O que também volta se projetos antigos é metade do elenco vocal e alguns temas, como a família, sacrifício e a luta pela identidade independente.


A narrativa da mini-série é dividida em três arcos claros, cada um juntando três episódios, como se a narrativa fosse contada em três pequenos filmes. Para quem prefere assistir com calma, pode ser a situação ideal, permitindo que os arcos sejam compreendidos como um todo.


Embora essa divisão beneficie alguns espectadores, a unidade da história fica um pouco comprometida em alguns pontos, como no início, onde Maya aparenta ser um tipo de personagem - que lembra muito a protagonista de "Valente", da Disney - mas que ao decorrer da série segue por uma trilha completamente diferente. Ou quando há um atrito entre o grupo protagonista, que não é construído direito, causando certa confusão na audiência.

ree

Gutierrez também traça uma linha clara de causa e consequência não só pelas ações de Maya, que vai crescendo á cada episódio, mas pela escolha de usar espanhol em falas de personagens, traçando a descendência entre o México atual e a descendência asteca, 500 anos antes. Isso é bastante compatível com o objetivo do cineasta de celebrar sua cultura e compartilhá-la com a audiência.


Com mais altos que baixos, "Maya e os três Guerreiros" é uma mini-série extremamente divertida e que toca as bordas de ser educacional e informativa, completando o objetivo de disseminar a cultura Asteca de forma dinâmica e nostálgica. É com certeza uma boa pedida para noites em família.

 
 
 

Comments


Matinê Baiana

Receba nossa Newsletter semanal!

Obrigada!

©2021 by Matinê Baiana. Proudly created with Wix.com

bottom of page