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"No Ritmo do Coração": Achando sua Identidade Individual e a Comunicação

Hoje em dia temos tantas opções de escolha de identidade que escolher uma que realmente nos reflete 100% parece uma tarefa quase impossível. É preciso considerar quem somos, em qual círculo nascemos e que papel a sociedade nos impõe. E além disso, se nos importamos o suficiente para dar valor a essas etiquetas.

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Emilia Jones, Troy Kotsur, Marlee Matlin e Daniel Durant como a Família Rossi

É por isso que filmes como "No Ritmo do Coração" (CODA) fazem tanto sentido para nós, a ponto de esse filme ter levado para casa o Oscar de melhor filme na edição de 2022. Essa é uma história de descobrimento, de pertencimento e comunicação, que nos toca de maneira profunda.


O filme é uma produção original Apple, e está disponível nas plataformas Prime Video, Apple TV e Google Play. O longa foi dirigido e escrito por Siân Heder e conta com 1 hora e 50 minutos de duração.


A narrativa segue Ruby Rossi (Emilia Jones), uma garota ainda no ensino médio, que funciona como intérprete para sua família, que é surda e muda, numa pequena cidade de pescadores nos Estados Unidos. Quando o negócio da família começa a passar por problemas, ela tem que decidir se vale a pena seguir sua paixão por música em oposição ao medo de abandonar a família.


Fora o diferencial da estrutura familiar, "No Ritmo do Coração" parece seguir numa narrativa bastante batida até a conclusão do primeiro ato. Isso deixa a audiência confortável e levemente confusa. Como um filme tão parecido com tantos outros pode ter sido tão importantemente premiado?


A beleza de "No Ritmo do Coração" está no jeito em que a narrativa é conduzida. É a sutileza das imagens e das performances, e como a deficiência do resto da família é mostrada. Além disso, o foco na dinâmica e comunicação peculiar entre Ruby e sua família captura a atenção da audiência de forma bastante eficiente.


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Emilia Jones, Troy Kotsur e Marlee Matlin

As performances estão maravilhosas, com a atenção para Emilia Jones, que nesse longa prova que é capaz de não só cantar, mas também de atuar usando mais de um tipo de linguagem ao mesmo tempo, pois sua habilidade com a linguagem de sinais realmente nos faz acreditar que ela é fluente.


"No Ritmo do Coração" também abraça de forma total a diversidade no elenco. Contratando 3 atores que são realmente surdos e mudos, Hollywood abre um precedente que há muito tempo deveria ter acontecido.


Marlee Matlin já é uma atriz já conhecida, e estrelou vários papeis. Sua performance como Jackie Rossi é maravilhosamente emocionante. A dinâmica entre mãe e filha é rochosa, e as duas não se entendem em alguns momentos, mas o que não falta é comunicação.

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Daniel Durant e Troy Kotsur fazem o núcleo masculino da família. Aqui a atenção vai para Durant, que se saiu muito bem em seu primeiro papel em um longa metragem. Seu personagem, Leo, está numa jornada parecida com a de Ruby, buscando independência e seu próprio caminho.


Há, infelizmente, partes do filme que por vezes parecem fora do lugar, ou que estão ali para criar uma narrativa adolescente. É o caso da presença do interesse romântico Miles (Ferdia Walsh-Peelo) e o professor de coral Bernardo Vilalobos (Eugênio Derbez). Apesar de ambos os atores trabalharem super bem, a mera presença de seus personagens e seu impacto na narrativa geral de Ruby deixam o filme mais cliché. Apesar disso, o filme não perde a força que tem.

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A direção de Siân Heder entrega imagens lindas, e é autoconsciente para focar mais no que faz esse longa precioso: o elenco maravilhoso e os ambientes em que os personagens estão inseridos. As cenas de plano geral são absolutamente lindas, assim como os maravilhosos close-ups do elenco principal, permitindo que cada expressão, cada nuance seja capturada facilmente.


O ganhador do Oscar de Melhor Filme chega para as audiências gerais como um lembrete de que a comunicação é uma das coisas mais importantes da vida em família e em sociedade. Além disso, "No Ritmo do Coração" quebra paradigmas preconceituosos contra a comunidade surda e muda, provando mais uma vez o tema que o longa consegue entregar muito bem.















 
 
 

1 Comment


Ludmila Pamponet
Ludmila Pamponet
Apr 23, 2022

Emocionantes as cenas do final!!!

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Matinê Baiana

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