"O Clube dos Leitores Assassinos": A Promessa Era Tão Boa...

Depois de tantas obras explorando os mais diversos temas em todas as mídias de entretenimento, é quase impossível criar algo que seja 100% original. Fazemos releituras, concertamos finais ou furos na trama, juntamos narrativas. Mas é preciso ser esperto para não deixar que uma homenagem não vire plágio.

"O Clube dos Leitores Assassinos" (El Club de los lectores criminales) tinha uma premissa interessante e que poderia ter dado certo, mas o longa cai muito perto de obras que claramente serviram de inspiração para realmente ser um filme que valha á pena.

A narrativa do filme segue um grupo de oito amigos que participam de um clube do livro na Espanha, que decidem pregar uma peça em um professor abusivo depois que a protagonista é assediada. Quando a peça sai do controle e o professor acaba morrendo, os estudantes são perseguidos por um palhaço assassino que ameaça matá-los um a um em vingança pela morte do professor.

Já com essa premissa é quase impossível que os espectadores de filmes de terror não tenham pensado que "O Clube dos Leitores Assassinos" parece muito com as premissas de "Pânico" (Scream) e "Eu Sei o Que vocês fizeram no Verão Passado" (I Know what you did last summer).

E poderia ter dado certo, se o Carlos Alonso Ojea, que dirige o filme, e Carlos García Miranda, que assina o roteiro tivessem tido mais cuidado ao preparar a trama. O pior aspecto do filme é como a trama foi construída, e o fato de que o filme conta apenas com 1 hora e meia de duração não ajuda.

Veki Velilla e Carmela Lloret como "Angela" e "Catalina"

Tendo um grupo de oito estudantes para acompanhar, a narrativa de "O Clube dos Leitores Assassinos" é apressada e deixa muita coisa no ar, como o contexto de como esses jovens se conheceram, sendo bastante diferentes uns dos outros, e desde quando são amigos. Esses são aspectos importantes para a construção da tensão na narrativa, pois afeta o quão seguros uns se sentem com os outros.

De contexto, o filme quase não oferece informações, e isso prejudica muito como a audiência se comunica com os personagens. Outra coisa que é bastante fraca no longa é a construção individual dos personagens. Todos são estereótipos bem óbvios, sem nenhum cuidado de individualizá-los.

Mesmo assim, o elenco não é ruim, propriamente dito. As performances são esforçadas, e funcionam dentro daquele universo, mas são esquecíveis assim que o filme acaba e certamente não arrecadará nenhum prêmio para os atores.

O filme original Netflix é cheio de falhas, e é uma pena, pois a premissa inicial do filme teria sido muito boa se trabalhada direito. O filme conta com 1 hora e 30 minutos de duração e está no top 10 da plataforma desde seu lançamento.