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"O Iluminado": Quebrando Paradigmas cinematográficos


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Danny Lloyd em "O Iluminado"

“O Iluminado” (The Shining) é um filme de 1980, dirigido pelo diretor Stanley Kubrick. O longa foi baseado no livro de mesmo título de Stephen King e conta com 2 horas e 30 minutos de duração. Ele está disponível nas plataformas HBO Max, Globo Play, Telecine e Now TV.


O filme conta a história da família Torrance, enquanto passam um período no Hotel Overlook, cuidando do hotel durante o tempo em que está fechado para o inverno. Durante sua estada no hotel, Jack Torrance (Jack Nicholson) começa a ceder á obstáculos internos, se tornando cada vez mais instável. Isso piora quando descobrimos que o hotel em si é um local assombrado e que influencia a tendência violenta de Jack até que ele surtasse completamente.


A direção de Stanley Kubrick mudou não só o formato, mas a estrutura de filmes de terror até aquela época, quebrando com paradigmas, e se tornando um longa icônico. Foi a partir de “O Iluminado” que mais filmes de terror começassem a rodar durante o dia, e a atmosfera mais realista começou a ser mais implementada. Além disso, no longa, a presença de Danny Torrance (Danny Lloyd), passa a ser uma presença empoderada, enquanto até aquele ponto crianças eram vítimas transformadas em uma entidade maligna.


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Jack Nicholson em "O Iluminado"

As cenas de Kubrick são inspiradas e únicas, fazendo do filme um produto icônico e atemporal. O filme é super bem ritmado, usando muito bem as trilhas compostas para o filme e cenas em que o silêncio é mais aterrorizante do que qualquer coisa. O uso inteligente de Som e Silêncio traz um aspecto de realismo ainda mais ás cenas de cunho mais contemplador, como takes dentro do hotel, que servem para o espectador se familiarizar com o lugar. (Inclusive, o hotel onde o filme foi gravado existe, o nome real é Stanley Hotel).


Apesar da busca do diretor pelo realismo, as performances, principalmente dos adultos podem ser vistas como cartunescas, e exageradas. Isso funciona muito bem quando o filme caminha para seu clímax, e os personagens estão em seu máximo absoluto, mas de início pode ser um problema para as audiências que estão acostumados com uma progressão gradual e mais sutil da loucura.


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Jack Nicholson como "Jack Torrance"

Jack Nicholson interpreta um Jack que aparenta estar cansado da vida que leva, da esposa, Wendy Torrance (Shelley Duval) e das responsabilidades que tem como pai. Por conta disso, sabemos que ele batalha o alcoolismo, e que quando bebe, tende a ser agressivo. Pessoalmente, a atuação de Nicholson foi o problema na maior parte do filme, pois carece de sutileza, que depois se paga com seu surto brilhante.


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Shelley Duval como "Wendy Torrance"


Shelley Duval, faz o papel de Wendy, a esposa de Jack. Seu maior obstáculo no filme é enfrentar o marido quando as coisas começam a sair do controle em relação ao filho, mas ela apresenta uma personalidade inteligente e engenhosa, que no fim das contas é páreo para a loucura de Jack.


Uma das tragédias desse filme é que na busca imparável e que muitos considerariam imoral e arriscada pela perfeição nas performances, Stanley Kubrick forçou a atriz a repetir uma mesma cena 127 vezes, causando sequelas psicológicas de quais Duval não se recuperou.


Isso entra da discussão sobre se a pureza artística está acima da dignidade e saúde dos atores, que muitas vezes são (ou eram, até aquele ponto) submetidos á situações horrorosas em nome de uma visão de um diretor. O que Kubrick fez foi, na minha opinião uma abuso moral e psicológico que tem consequências até os dias de hoje, 20 anos depois de sua morte.


Danny Torrance (Danny Lloyd) funciona basicamente como um obstáculo que age de formas diferentes em relação aos pais, apresentando facetas diferentes ao mesmo problema: Sair ou não do hotel Overlook. É por seus olhos também que a audiência entra em contato com o lado mais paranormal do hotel, apresentando uma resposta á loucura mais acentuada de Jack. Como Wendy, o menino é resiliente e esperto, e por isso Danny sobrevive.

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Danny Lloyd como "Danny Torrance"

Outro problema que tive com o filme, foi a edição de som. A trilha que se compara á de “Tubarão” em termos de ser um ícone, foi composta por Wendy Carlos e Rachel Elkind. O problema é que enquanto o diálogo do filme é extremamente baixo em comparação á música no filme, e o espectador vai ter que manter o controle do volume á todo instante. Isso me desconcentrou bastante na hora de assistir.


Concluindo, “O Iluminado” é um bom filme de terror psicológico, o chamado “Thriller”, e merece toda a fama que recebeu. É um filme que quebrou paradigmas para a época em que ele foi produzido, e é um marco no cinema norte-americano, fornecendo inúmeras referências para a cultura pop.

 
 
 

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Matinê Baiana

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