Obi-Wan Kenobi: A Gente Esperava Mais, Disney...
- Helena Vilaboim

- Jun 25, 2022
- 2 min read
Com a onda de nostalgia arrebatando os corações saudosos, era de se esperar que uma das franquias mais bem estabelecidas da história da cultura pop aderisse ao movimento.

"Obi-Wan Kenobi", nova série da franquia Star Wars na Disney+, segue na mesma linha que outros dois filmes da franquia, "Rogue One" e "Solo", que visaram preencher as lacunas temporais na saga da franquia e dos amados personagens.
Com Ewan McGregor retornando ao papel do Jedi, somado à altíssima performance das duas séries da franquia até esse momento, "Obi-Wan Kenobi" tinha tudo para dar certo.

A plataforma da Disney liberou 6 episódios de 50 minutos cada, e a desde o início, a narrativa que a série segue é a do Obi-Wan retornando aos valores e deveres da ordem Jedi depois da ascensão do Império e de um período longo vivendo escondido.
A série ainda explora a infância de Leia (Vivien Lyra-Blair) e o desenvolvimento das características mais marcantes da personagem imortalizada por Carrie Fisher.
A diferença marcante nessa série, porém, é o comportamento do protagonista. Desde o piloto, a série nos apresenta um Obi-Wan temeroso, retraído e fechado para a força e para si mesmo. Ele se mantém longe de problemas, adota uma nova identidade e fecha os olhos para demonstrações de terrorismo pela parte do Império. Uma mudança drástica desde a última vez que a audiência o viu em tela.
Outro aspecto importante de der mencionado é que a série, com 6 episódios em sua primeira temporada, tem um passo extremamente lento, com um arco serializado, deixando o sentimento de que estamos assistindo a um único filme dividido dividido em episódios.
Tudo acontece muito lentamente: a evolução dos personagens, o desenvolvimento da trama, e há a sensação incômoda de que, com uma narrativa que não sabe para onde ir, os produtores optaram por "encher linguiça", repetindo a estrutura de um mesmo episódio mais de uma vez (Quantas vezes a Leia foi raptada na série? Conta aí)

Além disso, a frustração continua com o desenvolvimento da personagem Reva (Moses Ingram), que até certo ponto parece ser a antagonista principal da série, só para ser deixada de lado por uma aparição muito mais nostálgica: Darth Vader.
O pior de tudo é que a revelação de seus motivos e desejos só são revelados no penúltimo episódio, numa maneira tão abrupta que não dá á audiência a satisfação de ligar os pontos. A mudança de alinhamento da personagem é tão facilitada e tão conveniente que infelizmente parece até cômica.
Quanto a direção, Debora Chow assina todos os 6 episódios, e faz até um trabalho decente, com vários takes que só poderiam existir dentro da franquia, e ela explora bem esse universo visual. A única coisa que deve ser mencionada é que muitas das cenas acontecem durante o período da noite, ou em lugares escuros, e a audiência deve priorizar assistir a série durante a noite ou em lugares sem muita luz.
Obi-Wan Kenobi infelizmente deixou bastante a desejar, principalmente pela priorização de entregar um produto nostálgico e carregado de fan-service em vez de uma história coerente e que realmente fosse necessária para expandir o universo de Star Wars como as séries prévias fizeram.



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