"Pacificador": Primeiras Impressões

Seguindo o sucesso do filme “O Esquadrão Suicida” (2021), o diretor James Gunn decidiu apostar num dos protagonistas do longa para fazer uma séria junto á HBO Max com o objetivo de expandir o universo DC nas telas. “Pacificador” estreou na plataforma de streaming no dia 13 de Janeiro de 2022 com 3 episódios. Os próximos episódios serão liberados toda Quinta pelas próximas 5 semanas.

O piloto da série começa explicando o final do protagonista no filme, que não estava morto como se achava. Até agora, parece que a série vai se concentrar em desenvolver o Pacificador (John Cena) como protagonista e solidificar o grupo de operações secretas de Amanda Waller (Viola Davis), ao mesmo tempo em que o Pacificador encontra uma moralidade mais fixa e lida com seus atos em seu filme de estreia.

Uma das coisas que chama a atenção na série é a mudança sutil no protagonista. Enquanto o Pacificador em “O Esquadrão Suicida” era consciente do que ele precisava fazer e das consequências de seus atos “patrióticos”, na série ele até parece emburrecido, confuso e talvez até um pouco subjugado á sua situação. É importante notar que apesar de isso ser mudado, as habilidades do personagem estão ainda em seu prime.

Junto com o protagonista, a volta de Jennifer Holland e Steve Agee em seus papéis de “O Esquadrão Suicida” foi uma surpresa. Aqui seus personagens são melhores desenvolvidos e conhecemos mais de seus passados e motivações. Completando o time, temos Danielle Brooks como Leota Adebayo e Chuk Iwuji como Clemson Murn. A dinâmica entre o grupo ainda é bamba, com muita desconfiança entre seus integrantes, mas o trabalho em equipe é eficiente.

Há também um intruso no grupo, um "herói" chamado Vigilante, que entra de quebra em algumas missões do time. Claramente um dos personagens que serão usados para o alívio cômico da série, Vigilante é certamente um dos acertos da série até esse momento.

Como antagonista aparece Robert Patrick como Auggie Smith, o pai do pacificador. Ele é a fonte de todos os comportamentos problemáticos do protagonista, de onde ele aprendeu tudo. Auggie tem a possibilidade grande de virar um antagonista do plot externo, mas é mais provável que com ele seja um oponente mais em termos de moralidade para o protagonista.

Houve até uma polêmica envolvendo a dublagem brasileira do personagem, pois aparentemente o roteiro dublado atenuou muitas das falas retrogradas e preconceituosas do personagem. Isso é um problema relativamente sério, pois tira muito do objetivo de ter Auggie Smith como antagonista e pode passar a ideia de que a HBO esteja “passando pano” para comportamentos desse tipo.

A trama externa gira em torno de uma espécie de invasão, em que nosso time tem que procurar e deter criaturas chamadas “borboletas” antes que elas tomem controle da população. Não sabemos muito mais sobre esses seres, nem qual o objetivo delas, e nem qual o verdadeiro perigo que elas transmitem.

Em conclusão, preciso comentar sobre a abertura da série. “Pacificador” inicia com um número musical que pega o espectador de surpresa. É uma ferramenta para anunciar o tom da série logo de cara, e parece que a série é uma mistura do gênero de super herói com besteirol e comédia non-sense.