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Série Lupin - Parte 2: Ele ataca novamente

Lupin, série francesa da Netflix, sucesso em sua Parte 1, traz em sua Parte 2 reviravoltas positivas, porém com resoluções mal trabalhadas.

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A série conta a história de Assane Diop, que inspirado nos livros das aventuras de Arsène Lupin, comete crimes com o intuito de se vingar da família que acusou injustamente seu pai em um crime que ele não cometeu. Criada por George Kay, conhecido pela série “Criminal”, além de roteirizar alguns episódios da primeira temporada da série “Killing Eve”. Assim como na Parte 1, a Parte 2 possui somente 5 episódios, com uma média de duração de 50 minutos.


A série, que retoma exatamente no ponto final da Parte 1, inicia sua narrativa com planos confusos, correções de cor que tentam trabalhar com luzes naturais, mas falham e deixam a iluminação difusa e incoerente entre cenas. A edição é mal picotada, onde os movimentos dos personagens não são fluidos, desrespeitando regras clássicas de direção e edição, como o eixo de 180 graus (Regra para que a câmera não mude a ordem de personagens na tela e o posicionamento em que se encontram).


Seguindo por um final previsível após o primeiro episódio, a narrativa parecia se perder com o seu sucesso na Parte 1, e não conseguia carregar a potência que trouxe nos 5 episódios anteriores. O segundo episódio, mesmo corrigindo alguns erros grotescos do seu episódio antecessor, ainda trazia planos que se movimentavam desnecessariamente, e cortes na edição sem lógica para a narrativa. Um erro grave como esse para introduzir uma nova parte pode ser vital para o público, que, ao não ser levado de forma positiva nos primeiros episódios, pode perder uma grande leva de telespectadores, se mantendo apenas os fãs mais comprometidos ou aqueles que sempre assistem algo até o final.


A sorte da Parte 2 de Lupin é que conseguiram resolver todos os seus problemas e erros, retomando a sua essência e trazendo nos últimos episódios a eletrizante correria misteriosa dos planos de Lupin, com perseguições e momentos de tirar o fôlego, conseguindo finalizar sua narrativa e fechando alguns arcos narrativos, mas deixando em aberto para a Parte 3, já confirmada pela Netflix.


Omar Sy rouba a cena em todos os episódios. Seu carisma e boa atuação conseguem prender os olhares do público aos erros mais grotescos de verossimilhança narrativa. O ator já é conhecido por sua excelente atuação (como por exemplo nos filmes "Intocáveis" e “Uma Família de Dois"). Omar consegue criar em seu personagem uma esperteza e carisma, seguido de boas cenas emocionais, com carga dramática digna de uma produção francesa. O talento do ator já era incomparável na Parte 1, e ele demonstrava alavancar essa potência na Parte 2.

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Apesar de finalizar bem, me pergunto quais serão os próximos passos dos personagens, que teriam um final interessante se a série fosse finalizada na Parte 2. Espero que a série não caia no mesmo erro de “La Casa de Papel”, que além de serem do mesmo Streaming, se dividem da mesma forma (não por temporadas, mas se denominando em partes, que nada mais é do que dividir uma temporada clássica em Parte 1 e Parte 2). O temor se dá pelo fato do sucesso impedir um final curto, aumentando a narrativa sem necessidade, criando assim a perda de qualidade que seria muito bem aclamada se estivesse apenas com o seu fim inicial.


Há outro ponto que merece destaque, mesmo que não prejudique a narrativa: A falta de personagens femininas na Parte 2 da série. Se conta nos dedos as personagens femininas que aparecem em tela, e as que possuem maior presença na narrativa, estão presentes somente para serem respectivos interesses amorosos de Lupin, sem ter uma própria narrativa ou propósito individual.


Lupin é uma excelente série investigativa para assistir em uma tarde, a narrativa te prende mesmo com seus defeitos. O visual parisiense e a língua francesa diferenciam-se do idioma americano que estamos tão acostumados em assistir, sendo com certeza uma produção que deve ser valorizada, mas que pode acabar caindo nas suas repetições e erros técnicos, além da falta de necessidade de criação de diversas temporadas.


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Matinê Baiana

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