"The Witcher: A Lenda do Lobo": Uma escolha arriscada
- Helena Vilaboim

- Aug 31, 2021
- 3 min read
“The Witcher: A Lenda do Lobo” (The Nightmare of the Wolf) é um filme em estilo anime original Netflix que explora um pouco mais do universo dos jogos (de mesmo nome) e da série live action “The Witcher”, também da Netflix. Tendo a duração de 1 hora e 20 minutos, o longa é classificado para 16 anos.

A narrativa segue Vasemir (Theo James), um jovem Witcher, antes da época que vemos na série de live action. Quando ele ouve que há uma conspiração envolvendo novos monstros e a possibilidade de alguém estar criando novas mutações, ele parte com Tetra (Lara Pulver) para descobrir a origem do problema.
O universo de The Witcher é extenso e extremamente rico em detalhes, a narrativa sendo desenvolvida através de Livros, Jogos de videogame, uma série e agora um filme de animação. Era realmente necessário expandir o universo da narrativa enquanto os fãs da série esperam avidamente para o retorno da segunda temporada da série.
No entanto, apesar de que os produtos desenvolvendo a narrativa são de vários gêneros e estilos diferentes, a decisão de fazer “A Lenda do Lobo” em estilo de Animes (normalmente o estilo de animação japonesa), foi uma arriscada, no sentido de agradar a audiência que a série já tinha arrecadado, ao mesmo tempo que o estilo atraí também uma nova leva de espectadores que gostam do estilo de animação.

Embora em termos de narrativa o longa seja redondo e alcança sua meta de adicionar contexto a uma situação de hostilidade que os Witchers enfrentam tanto na série quanto nos jogos, a escolha estilística me incomodou. Diferente das cenas dos jogos e da série, que eram sucintas e direto ao ponto, principalmente em cenas de luta e batalha, as cenas em “A Lenda do Lobo” são demoradas e carregam uma carga dramática imensa, que em vez de trazerem a sensação de tensão e seriedade, as vezes são até engraçadas por causa do exagero.
Não acho que o estilo combina com a narrativa, mas outras críticas e podem discordar, e até trazer argumentos contrários á minha opinião. A mudança pode ser também bem vinda pela mudança também de protagonista: Vasemir é extrovertido e falante, e adora se gabar, ao ponto que o protagonista da série e dos jogos, Geralt, é mais introvertido e de poucas palavras.
O roteiro é detalhado e serve muito bem á mitologia do universo Witcher, e não é surpresa para nenhum fã da saga descobrir que um dos nomes creditados ao roteiro do longa é Andrzrej Sapkowsky, autor original dos livros; junto com ele está Beau DeMayo. O roteiro serve ao propósito, e ele traz a sensação de ser mais um prólogo da série do que uma história que vai ser realmente desenvolvida completamente no futuro.

A direção de Han Kwang-Il é típica do gênero, o vai apetecer a audiência que aprecia o estilo e estética de animes de ação. As cenas são de um ritmo frenético e caótico, que miram para algo mais emocional talvez, mas que só trouxeram confusão e uma frustração sutil.
Em conclusão, “A Lenda do Lobo” é um filme-prólogo que saiu depois da história que ele devia preceder, mas que é eficiente em apresentar mais uma história no universo que está ainda em desenvolvimento pela Netflix. A segunda temporada da série Live Action estreia em Dezembro de 2021.



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