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"You" - 3 Temporada: Mais sangrento, mais cômico

Com uma nova temporada mais sangrenta, porém lenta, a 3 temporada da série “You” chegou ao catálogo Netflix no dia 15/10/2021, e antes mesmo de sua estreia, o anúncio da 4 temporada foi confirmado pela plataforma, oficializando que a história do contraditório protagonista Joe ainda não acabou.

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Acreditando finalmente ter encontrado a sua tão sonhada história de amor, Joe Goldberg (Penn Badgley) se muda para uma região de subúrbio de classe média alta com sua esposa, Love (Victoria Pedretti), grávida do primeiro filho do casal. Descobrindo o lado psicótico de sua mulher, após a mesma matar sua antiga obsessão romântica na temporada anterior, Joe tenta equilibrar a vida de pai de família com sua nova obsessão, agora sua vizinha nessa nova residência.


Muitas vezes os protagonistas são aqueles que possuem “bom caráter", os bonzinhos, que seguimos sua narrativa como protagonistas por serem os “corretos”. Quando essa percepção é seguida à risca, pode-se gerar certos incômodos com narrativas que, ao trazerem a visão de um assassino obsessivo, demonstrando a todo o instante o seu ponto de vista, o público se torne mais propenso a torcer por ele, mesmo que suas atitudes sejam impróprias.

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É importante salientar que a série não coloca o protagonista como correto, mas sim que apresenta sua visão de mundo mediante aquela narrativa. Caso o público apoie ou não suas atitudes, parte justamente de como o roteiro consegue criar as percepções do personagem diante a trama, criando narrativas e momentos tão interessantes, que mesmo discordando, você acaba por torcer para que o vilão que pensa ser mocinho.


Nessa temporada, além de acompanharmos nosso protagonista de longa data, temos o destaque da personagem Love. Aqui, ela deixa de ser somente uma obsessão e passa a ter sua própria narrativa. A dinâmica do casal é interessante, e a dualidade de seus métodos, enquanto um mata cautelosamente, a outra por impulso, geram momentos cômicos e dinâmicas opostas que, ao serem colocadas paralelamente, conseguem se complementar.


A narrativa se inicia em um ponto, e logo no primeiro episódio muda de rumo, mudando completamente o que inicialmente era visto nos trailers. Apesar de alguns momentos mornos, e a irrealidade da facilidade da execução de crimes, as atuações de Penn Badgley e Victoria Pedretti são brilhantemente positivas. Ambos encaram seus personagens e transmitem de forma verossímil seus pensamentos e questões, as atuações de ambos se destacam a todo o instante, sendo viciante de assistir às suas problemáticas e desenvolvimentos apresentados ao longo da temporada.

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Enquanto novos personagens são cativantes, com sua própria narrativa, e atuações tão boas quanto o casal protagonista, outras beiram ao excesso e aparentam não desenvolver em nada na trama. O casal Cary (Travis Van Winkle) e Sherry (Shalita Grant) crescem narrativamente de forma lenta, porém alcançando partes importantes e essenciais para a narrativa, tudo isso trazendo momentos cômicos e dramáticos tão bons quanto o casal protagonista. Marienne (Tati Gabrielle) e Dante (Ben Mehl) são outros dois personagens que inicialmente não aparentam despertar muito na narrativa, mas no decorrer dos episódios, (principalmente a Marienne), se tornam destaques e relevantes para a trama.


Já o núcleo da familía vizinha ao nosso casal protagonista: Matthew (Scott Speedman) e Natalie (Michaela McManus), juntamente com o filho de Matthew, Theo (Dylan Arnold) pouco acrescentam na trama e seus personagens são unicamente lineares, opacos. É como se os personagens seguissem a narrativa de modo automático, apenas para trazer as problemáticas ao casal protagonista, sendo muitas vezes cansativo e até mesmo irritante algumas de suas aparições ao longo dos episódios.


Apesar de em alguns momentos não saber por onde seguir, a série consegue trazer a temática dos subúrbios de classe média alta de forma satirizada e cômica com sagacidade e fluidez. As mortes sangrentas ainda estão presentes, mas os momentos cômicos desse novo estilo de vida que o protagonista Joe encara são dignos de boas cenas, ainda mais com as excelentes atuações presentes.


A direção mantém a proposta apresentada anteriormente em outras temporadas, com cenas levemente embasadas e planos fechados, adentramos na mente psicótica de Joe novamente, dessa vez com mais uma mente em conjunto, a de Love.


Apesar de ainda se manter como protagonista, não tem como não dizer que Love carrega diversos momentos nesta temporada, encantando o público com sua personagem e criando divergências até mesmo entre os fãs, de quem apoiar em um possível confronto final de duas mentes assassinas.


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Finalizando a temporada com desfechos para diversos personagens, fica o questionamento da trama que será feita na 4 temporada, e se após o destaque tão positivo de certos personagens, será que Joe ainda consegue manter sua potência como protagonista? Ou será este o começo de mais uma série que, apenas pelo seu sucesso, inicia uma série de novas temporadas sem propósitos, decaindo seu nível?


Enquanto não temos essas respostas, ficamos com essa nova temporada, que em seus altos e baixos, entrega uma história com excelentes atuações e brilhantes reviravoltas, prendendo o telespectador do começo ao fim com o carisma de nossos assassinos favoritos.


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Matinê Baiana

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