Crítica: "O Dublê" (The Fall Guy)
- Clara Ballena
- Apr 24, 2024
- 2 min read
Updated: Jul 11, 2024
O Dublê (The Fall Guy) é uma carta de amor ao ofício desafiador dos dublês. Com uma forte campanha, os protagonistas Ryan Gosling e Emily Blunt iniciaram a divulgação do filme na cerimônia do Oscar deste ano, celebrando o trabalho dos Dublês ao longo das décadas, além de participar em uma cômica abertura no famoso programa televisivo “SNL”.
Com um orçamento de 125 milhões de dólares, o longa não mediu esforços em apresentar o universo daqueles que se arriscam em prol do melhor take através de uma cômica metalinguagem do audiovisual.
Agradando um público geral, o longa tem de tudo: Romance, comédia, explosões e muitas cenas de ação bem coreografadas pelo olhar do diretor David Leitch (Trem-Bala, Deadpool 2).
A narrativa, baseada em uma série dos anos 80 “Duro na Queda”, acompanha a vida do dublê Colt Seavers (Ryan Gosling), que após um trágico acidente que afeta seu trabalho e vida pessoal, decide se afastar por um ano da perigosa vida que levava. Porém, após um irrecusável convite para retornar ao set, Colt não pensa duas vezes em se arriscar mais uma vez.
Mas o que parecia ser somente mais um filme, se transforma em uma série de problemas após o sumiço do ator Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson). Colt, então, terá que utilizar suas habilidades como dublê fora dos sets para salvar o filme de Jody Moreno (Emily Blunt), seu antigo amor.
"O Dublê" tem todas as fórmulas que agradam uma audiência variada. O longa é uma mistura de bons sabores sendo adicionados em uma única receita. O que poderia se tornar uma bagunça, se torna algo agradável. Nada extraordinário ou memorável, mas apresentando uma nova metalinguagem fílmica do ponto de vista de uma área pouco valorizada no mercado audiovisual e nas premiações cinematográficas.
E não pensem que a metalinguagem está só nos bastidores de um filme. "O Dublê" brinca com referências fílmicas, com excelentes piadas em relação a grandes sucessos como “Duna” e “Mad Max”.
O que encanta aos olhos é o amor pelo ofício transbordando pela tela. A experiência do diretor, que também já trabalhou como dublê, ajuda a valorizar essa paixão, e as cenas de ação são um bônus na cômica e romântica narrativa carregada com facilidade por Gosling e Blunt.
Ambos se encaixam com facilidade no humor narrativo, e entregam com proezas suas cenas. Um bônus a Hannah Waddingham (Ted Lasso) que interpreta brilhantemente a produtora determinada a fazer o filme acontecer.
O Dublê é um divertidíssimo filme metalinguístico que mistura os gêneros de comédia romântica e ação em uma interessante e divertida jornada. Mais do que uma "farofa" de entretenimento, o longa consegue demonstrar o carinho do diretor e do elenco pela área.
E, como para provar o ponto do filme para valorizar o trabalho dos dublês, ainda tem um bônus nos créditos finais sobre como foram os bastidores do próprio filme, dando destaque ao dublê do próprio Ryan Gosling, Logan Holladay, que por conta de suas peripécias, entrou para o livro dos recordes por conta deste filme.
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