Review: Invocação do Mal: O Último Ritual

Helena Vilaboim
2 days ago
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Depois de 12 anos, chegou a hora de dar adeus ao casal que se tornou o mais icônico de uma longa franquia de terror: Ed e Lorraine Warren. Com "Invocação do Mal: O Último Ritual" (The Conjuring Last Rites), se fecha o que está sendo considerado a primeira fase do universo criado por James Wan em 2013.

Poster Invocação do Mal O Último Ritual — Patrick Wilson e Vera Farmiga em "Invocação do Mal: O Último Ritual" / Reprodução / The Movie Database

Dirigido por Michael Chaves ("Invocação do Mal: A Ordem do Demônio", "Annabelle 3" e "A Freira 2"), o quarto filme da franquia chegou aos cinemas brasileiros no dia 4 de setembro de 2025, prometendo um adeus á altura da hype criada pela franquia. Mas será que é o caso?

A história desse filme segue o caso da assombração da família Smurl, em 1986, que após comprar um espelho antigo, começa a experienciar presença sobrenatural que claramente os querem mal.

Família de 7 posa para foto na escada — Família Smurl em "Invocação do Mal" / Reprodução/ The Movie Database

Após a opinião dividida da audiência do terceiro filme da franquia, Invocação 4 retorna á fórmula que fez os dois primeiros filmes tão amados: uma família apavorada precisa da ajuda dos Warren para se livrar de uma ameaça sobrenatural.

Nisso, convivemos com os Smurl por um tempo, vivemos seu dia a dia, o amor da família, seus medos, seus anseios, e a terrível experiência que estão vivendo.

No entanto, pela primeira vez, Chaves também nos faz passar tempo na casa dos Warren, longe dos perigos dos casos, em uma rotina doméstica que encanta a audiência, uma vez que a química entre os atores, Patrick Wilson, "Ed Warren" e Vera Farmiga, "Lorraine Warren" nunca esteve tão forte.

Decididos a parar de investigar esses casos em prol da seguraça, os Warren são dragados para um último caso depois que a filha, Judy (Mia Tomlison), se torna o alvo principal da presença demoníaca na casa dos Smurl, que se revela ligada ao primeiro caso que os dois investigaram no início da carreira como demologistas.

Com todos os personagens colocados no tabuleiro, o filme dá a sensação de que iria ser mais um dos grandes sucessos da franquia, mas o roteiro peca no equilíbrio precário dos elementos narrativos introduzidos, investindo muito mais para o drama familiar do que para o terror que uma última aparição do casal pedia.

Michael Chaves tenta ainda homenagear os outros filmes, trazendo de volta personagens fortes da franquia, mas se perde no tempo. O diretor deixa de lado a apresentaçãso dos vilões do filme e como eles funcionam.

Isso inclusive faz com que a história em si fique mais fraca, pois uma hora a presença inominada aparenta ser poderosa o bastante para invadir uma igreja, dando a ideia de que a ameaça será formidável para os Warren, mas o filme nos entrega um desfecho do caso apressado e simplista, faltado a catarse tão presente em Invcação do Mal e em Invocação do Mal 2.

Cena de Invocação do Mal O último Ritual — Vera Farmiga em "Invocação do Mal: O Último Ritual" / Reprodução / The Movie Database

Isso não quer dizer que o filme só tenha maus momentos. Com o aumento da classificação indicativa para maiores de 18 anos, Chaves brinca com o risco que o casal principal corre, estando agora mais velho e mais fragilizado, tendo que enfrentar uma possível perda irreparável.

Um dos aspectos mais positivos do filme é a dinâmica entre Patrick e Vera, o que não é surpresa para ninguém que tenha acompanhado os outros filmes, mas também com Mia Tomlison, que nos apresenta uma Judy Warren encantadora: corajosa, de bom coração, e fruto do amor imensurável dos pais.

No todo, "Invocação do Mal: O Último Ritual" tem seus méritos, mas não se compara aos dois primeiros filmes que estabeleceram os personagens e a franquia como uma das mais queridas pelo público. Dito isso, ele tem alguns minutos finais de redenção, ao dar uma adeus digno ao casal principal, que sempre foi o coração da trama.

Embora esse tenha suido anunciado como o último filme com os Warren como protagonistas, o universo criado por Janems Wan conta ainda com uma trilogia que segue a boneca Annabelle e dois filmes da Freira, podendo se expandir para outros casos.

A franquia continua como uma das mais amadas dos fãs de terror, e muitos podem considerar um acerto ter terminado após apenas quatro filmes divulgados.