"Turma da Mônica - A Série": Eles Estão Crescendo e Aparecendo
- Helena Vilaboim

- Aug 4, 2022
- 3 min read
Desde os dois filmes live-action: "Turma da Mônica: Laços" e "Turma da Mônica: Lições" lançados em 2019 e 2021, a turminha parece estar em alta. Com temas já trabalhando o crescimento dos personagens, não era de se surpreender que as histórias começassem a ter uma influência maior das revistinhas da "Turma da Mônica Jovem".

Lançada na Globoplay e tendo somente 8 episódios, "Turma da Mônica: A série" explora mais a dinâmica dos personagens e o bairro do Limoeiro, adicionando personagens e desafios novos. A série foi dirigida também por Daniel Rezende, e cada episódio conta com mais ou menos 20 minutos de duração.
A narrativa dessa primeira temporada começa quando Carminha FruFru (Luiza Gattai) se muda para o bairro da turma, e entra em conflito com a Mônica (Giulia Benite). Tendo que escolher um dos lados das duas, a turminha passa pelo período difícil entre tentar se enturmar ou se manter leal aos amigos antigos. Tudo isso leva a uma finale em que não só as crianças, mas os adultos sejam confrontados com seus defeitos e os aceitem buscando melhorar.

De personagens novos além da Carminha Frufru temos Mariana Ximenes como a "Madame Frufru", Becca Guerra como "Denise", Fernando Caruso como "Feitoso" e Pedro Henrique Motta como "Quinzinho". Essa adição ao elenco já formado nos dois filmes traz uma energia nova, e vários temas e conflitos mais maduros, como o controle rígido parental, o trauma adulto causado pelo bullying e outros.
Quem rouba a cena aqui é Becca Guerra, trazendo a personagem dos gibis literalmente, com seus trejeitos e frases já bem conhecidas entregues de um jeito que não há nenhuma dúvida de quem ela está representando.

Já a turminha original continua com as atuações maravilhosas, um pouco mais maduras desde 2019. São um tanto puxadas ainda para a atuação teatral, as vezes tem uma frase entregue de um jeito mais robótico, mas mesmo assim ver os quatro juntos dá uma aquecidinha no coração nostálgico e tudo fica bem.

Dos quatro quem chama atenção pela performance mais solta e sutil é Gabriel Moreira, que interpreta Cascão. O ator mirim usa de gestos, entregas de falas mais natural e expressões faciais muito bem. Inclusive, Cascão é uma das chaves da narrativa da série e foi maravilhoso vê-lo com mais destaque.
A direção de Daniel Rezende, mais apertada pelo pouco tempo por episódio quase deixa de lado aquela faceta mais contemplativa que entregou tantas imagens lindas no primeiro filme. Ainda assim, é dinâmica e lúdica, com muitos close-ups dos atores mirins e adultos, deixando que eles definam o tom da cena.
Uma coisa que é rapidamente explicada, mas que pode trazer certo incômodo na audiência é a performance da Giulia Benite, e mais precisamente como o roteiro trata a Mônica. Definida por décadas como uma menina estouradinha e que por essência desafiava o contexto mais feminino, na série a Mônica parece mais fragilizada, e que chora fácil.
Isso pode se dar pelo fato de que a personagem está crescendo, e há um conflito entre a criança que a Mônica era e a adolescente mais controlada e madura que ela está se tornando. Mas mesmo assim, isso poderia ter sido melhor trabalhado, talvez com mais deixas de diálogo que externalizassem esse conflito interno.

Concluindo, "Turma da Mônica - A Série" é uma boa opção para distrair a criançada num final de semana, ou assistir em família quando a vibe está mais nostálgica. A série é uma boa pedida para pais que estão tentando ensinar aos filhos lições como "não ter vergonha de quem você é", "ser honesto consigo mesmo" e "aprender a dizer não e respeitar os próprios desejos".



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