Crítica: "A Pequena Sereia"
- Clara Ballena
- May 22, 2023
- 3 min read
A era dos remakes continua em alta, e agora, mais uma princesa da Disney revive sua história em live-action. Diante a tantas falhas em readaptar suas narrativas, buscando um realismo onde não lhe convém, a Disney parece finalmente chegar a um equilíbrio em “A Pequena Sereia”, que estreia no dia 25 de Maio em todos os cinemas brasileiros.

A história, já conhecida por muitos, consegue sabiamente homenagear o clássico, corrigir erros do passado e adicionar novos elementos com precisão e coesão. Existem sim certos estranhamentos (Como a movimentação dos seres aquáticos em alguns momentos do filme, ou a expressividade de animais hiper realistas que se comunicam como seres humanos) que acabam sendo difíceis de passar despercebidos por olhares mais atentos. Todavia, basta uma canção iniciar, o carisma da protagonista surgir e a química do casal ultrapassar as telas, que todos esses estranhamentos passam a ser mínimos em comparação a potência do elenco.
Aos raivosos destiladores de ódio pela atriz Halle Bailey, sinto em lhes informar: Ela É a Ariel. Brilhantemente, encantadoramente e transmitindo a essência da personagem, a atriz ecoa uma potência avassaladora com seu carisma e voz. Além de transmitir a essência de uma personagem tão querida por diversas gerações, a atriz é capaz de adicionar novas camadas à sua personagem, retirando inclusive algumas características que geram incômodo na animação. A atriz consegue ter a incrível capacidade de ser grande e engrandecer os personagens que contracena, sendo um dos maiores acertos de escolha de elenco para a proposta do filme.

Juntamente com a protagonista, o restante do elenco não fica para trás. O príncipe Eric (Jonah Hauer-King) possui um maior protagonismo neste filme, possuindo até uma música solo para mostrar os talentos musicais do ator. Além do destaque vocal, o ator consegue trazer uma personalidade carismática e cativante ao personagem, e juntamente com a Halle, conseguem construir um casal que o público torce e comemora a cada interação.
Para uma das vilãs mais conhecidas das animações clássicas da Disney, Melissa McCarthy se sobressai como a bruxa do mar Úrsula. Carismática, vilanesca e arrebatadora, a atriz se diverte no papel e representa com maestria seu papel de antagonista, sendo assim como a protagonista, uma escolha perfeita para o papel. Dividindo o papel de antagonista, mas não de vilão, o Rei Tritão de Javier Bardem corresponde ao seu papel de pai e rei dos sete mares, e as cenas que divide com a nossa heroína são carregadas de sentimentos.

Dois personagens que merecem um destaque honroso são Sebastião (Daveed Diggs) e Sabidão (Awkwafina) que, apesar do realismo que assombra de início, conseguem ultrapassar essa problemática com o inteligente trabalho vocal dos atores, trazendo um alívio cômico além de uma música adicional que traz a marca registrada do responsável pelas músicas do longa, Lin-Manuel Miranda.

O filme possui um ritmo deslumbrante. As passagens de transições de cena são fluidas e coerentes. O longa consegue narrar os eventos em um equilíbrio onde tudo caminha nos primeiros instantes do filme, mas nada parece apressado. O clima caribenho traz mais personalidade ao filme, adicionando aspectos culturais à história.
“A Pequena Sereia” é apaixonante. Por não ter ido com muitas expectativas ao filme, sai da sessão com o sentimento reconfortante, relembrando canções que marcaram a infância e totalmente cativada pelo casal protagonista. É um filme que garante sua diversão, encanta pelas canções e impressiona pelas suas atuações.
Pss: Aos que ficam até o fim dos créditos em busca de uma cena final, podem sair da sessão tranquilamente, pois o filme não possui cenas pós-créditos.

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