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"Mary Shelley": A Origem de uma Obra de Horror

Mary Shelley” é um filme biográfico de 2017, dirigido por Haifaa al-Mansour. O longa está disponível na plataforma Netflix, com duas horas de duração.

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Elle Fanning como Mary Shelley

A narrativa, baseada em fatos reais, segue a adolescência de Mary Wollstonecraft Godwin (Elle Fanning), uma jovem filha de dois escritores revolucionários nos anos 1800. Quando ela conhece Percy Shelley (Douglas Booth), um jovem poeta procurando ser aprendiz de seu pai, os dois se apaixonam e fogem juntos, vivendo uma vida cheia de desafios e sustentada instavelmente pela arte.


O filme serve como informações anteriores e até sobre a criação da obra prima de Mary Shelley: Frankenstein. O roteiro, escrito pela própria diretora junto com Emma Jensen, deixa claro que o gênio de Mary teria saído pelas páginas de um romance de um jeito ou de outro, tamanho era o seu desejo de marcar o mundo com suas palavras, mas aqueles eventos específicos tiveram que acontecer para que Frankenstein pudesse ser desenvolvido, e eventualmente mudar o mundo.


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"Percy e Mary Shelley"

Algo que me chamou bastante atenção durante o filme é que tudo parecia estar estruturado realmente como uma narrativa clássica de “story telling”. O que eu quero dizer com isso é que a vida de Shelley foi tão conturbada, e tão vividamente populada de pessoas que mudaram sua vida que raramente alguém acreditaria que tudo aquilo aconteceu naturalmente.


É aquela mássima, não é? “A arte imita a vida e a vida imita a arte?”


As performances estão maravilhosas. Talvez um pouco ainda pouco polida na arte de atuar, Elle Fanning as vezes entrega suas falas com entusiasmo demais, expressões talvez um pouco exageradas, mas que pouco contrastam com seus parceiros de cena. Mas junto com seu desempenho no papel, o roteiro constroi uma Mary Shelley cheia de ousadia, e inteligência.


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Tom Sturridge como Lord Byron

Formando o infame quarteto que deu origem a não só uma obra prima literária, mas duas, quem realmente rouba as poucas cenas em que ele aparece é Tom Sturridge como o famoso poeta Lord Byron. Sua performance é extremamente antipática, ainda que genial, um contraste interessante entre o casal que vive em quase pobreza total e um herdeiro poderoso.


E é por seu intermédio que numa período chuvoso e tedioso na mansão de Byron, que ele desafia Percy e Mary Shelley e o Doutor John Polidori (Ben Hardy) a escreverem contos de horror.

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O infame desafio que deu origem á obras primas

Pressionada pelo estilo de vida caótico e instável de Percy e rodeada por perdas, além de deserdada por seu pai e ser alvo de fofocas e escândalos, Mary Shelley julgava ter visto o pior da humanidade. De sua experiências, Shelley escreve um memorial, um retrato amargo da sociedade em sua criatura- Como é chamado o monstro de Frankenstein - , que nada tem de parecido com sua versão cartunesca e limitada de Hollywood, mas é uma criatura corrompida e eloquente, que diante de suas interações desastrosas com os humanos, tornou-se um monstro.


Frankenstein terminou por ser considerado a primeira obra verdadeira de Ficção científica, e ainda por cima escrita por uma mulher. O livro toca em temas como “até onde demais é demais” e “o desenvolvimento científico tem que ser firmados em valores éticos e morais.” É um livro triste e desolador, recheado de solidão.


Concluindo “Mary Shelley” é uma obra que vale a pena assistir pela curiosidade dos eventos que levaram a protagonista a escrever sua obra prima. O filme não pode ser comparado ao brilhantismo do livro de Shelley, mas compre sua proposta de forma coerente e emocional.


 
 
 

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Matinê Baiana

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