"Superman": É hora de voltar à Metropolis
- Helena Vilaboim
- 6 days ago
- 4 min read
Doze anos após a estreia de “Homem de Aço”, o icônico super-herói Superman ganha um novo filme, dessa fez dirigido por James Gunn, abrindo um novo universo após ter testados as águas da DC comics com "O Esquadrão Suicida" e "Pacificador" no currículo.

Amplamente esperado pelos fãs do personagem, “Superman” estreia nos cinemas brasileiros no dia 12 de julho, e retoma a história do personagem em tom de esperança e inspiração. Esse Superman não é o “falso deus” retratado nos filmes no universo Snyder, mas o nerd de coração gigante que se empenha igualmente seja para salvar o planeta ou ajudar uma velhinha a atravessar a rua.
Com David Corenswet e Rachel Brosnahan como Clark Kent e Lois Lane, Gunn nos recebe em seu novo universo de braços abertos com um espetáculo que promete deixar os fãs do super-homem com os olhos brilhando.
No entanto, é importante entender que esse primeiro filme é uma introdução ao universo e, portanto passível de falhas e pontos a melhorar. Mas isso fica um pouco mais para frente.
Gunn parte do pressuposto que nós já conhecemos o personagem, seus motivos e origens, já nos colocando no meio da ação de início. Por um lado, isso ajuda no ritmo do longa, por outro, o roteiro fica sobrecarregado com falas expositivas que podem ser entendidas como bobas e redundantes para alguns.
A joia em "Superman" é David Coresweat, personificando uma das versões mais amáveis do personagem vistas até hoje, rivalizando talvez somente a versão original de Christopher Reeves nos anos 70, a quem o filme presta homenagem á todo momento, seja pelos visuais gráficos parecidos saídos dos anos 70 ou o alinhamento mais clássico do personagem.
Bem intencionado e com uma bússola moral admirável, Clark Kent é o típico garoto de fazenda que fez a vida na cidade grande. Desajeitado como ser humano, e verde como super-herói, Clark tem muito a aprender.
Uma grande influência na trajetória do personagem é a presença constante de Lois Lane, interpretada energicamente por Rachel Brosnahan. Cética, fincada na realidade e consciente dos riscos e perigos que um ser como o superman posa num mundo dividio politicamente, Lois finalmente ganha aqui o que a personagem sempre mereceu: atenção e agência.

Diferente da performance apagada de Amy Adams, a Lois de Brosnahan não tem medo de "bater de frente" com Clark, ensinando e aprendendo com ele. A dinâmica entre os dois é maravilhosa, e satisfatória para aqueles que conheciam a real importância de Lois Lane no Universo de Superman.
Como aliados na luta contra o crime e monstros, o herói conta com a "Gangue da Justiça", grupo composto pelo Lanterna Verde Guy Gardner (Nathan Fillion), Mulher-Gavião (Isabela Merced) e Senhor Incrível (Edi Gathegi).
Como inimigo, o clássico vilão Lex Luthor (Nicholas Hoult) retorna com força total, misturando a graça de Gene Hackerman, que interpretou o personagem em 1978, e a ameaça real que um filme de 2025 pede. E como pede.

Hoult traz uma faceta a mais para Luthor, personagem retratado anteriormente como um vilão cômico ou um adversário mentalmente instável. Em Superman, Luthor está em sua "melhor" forma: um gênio perverso, incapaz de entender a humanidade naquele que é mais diferente dele. Uma mensagem clara à política anti-imigrantes dos Estados Unidos atualmente.
Aliás, Gunn não desvia de temas políticos sensíveis hoje em dia, ele se debruça sobre eles, colocando o protagonista no centro de tudo como quem desafia os espectadores a seguir nos passos do herói. E é justamente essa a ideia do personagem.

Com isso, o diretor tem o grupo de personagens principais formado, com alguns outros tendo destaque mínimo. Conhecido por lidar bem com filmes com diversos personagens com focos narrativos distintos, Gunn aqui talvez comete um erro de apresentar muitas caras novas em um curto período de tempo.
Com isso, relegando personagens ao segundo plano, dando-lhes aquela "personalidade de domínio público", ou seja, que não os distingue e dando a impressão de que eles poderiam ser quaisquer outros personagens.
"Superman" investe pesadamente nos efeitos visuais, muitas vezes como um banquete para os olhos do telespectador que já leu quadrinhos do personagem. Causando estranheza de início, é algo que começa a passar despercebido a medida que o filme se desenrola.
A conclusão desse primeiro é que quase impossível não sair da sala de cinema apaixonado por esse universo, resquício de nossas infâncias e ao mesmo tempo, o melhor de nós.

FICHA TÉCNICA "SUPERMAN"
Direção: James Gunn
Roteiro: James Gunn e Joe Shuster
Elenco: David Corensweat, Rachel Brosnahan, Nicholas Hoult, Edi Gathegi, Isabela Merced, Nathan Fillion, ...
Duração: 2h e 10 min
Plataforma: Cinemas
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