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"O Bebê de Rosemary": Um Terror "moderno"

O Bebê de Rosemary” (Rosemary’s Baby) é um filme de 1968 dirigido pelo infame Roman Polanski. O filme é um thriller, e está disponível na plataforma Telecine. A duração do longa é 2 horas e 18 minutos.


O filme conta a história de Rosemary Woodhouse (Mia Farrow), uma jovem recém casada que se muda para um novo apartamento em Nova York com seu marido, Guy Woodhouse (John Cassavetes). Quando Rosemary fica grávida e coisas estranhas começam a acontecer, ela começa a desconfiar que todos á sua volta tem motivos nefastos em relação á seu bebê.


Um clássico no cinema mundial, e percussor desse tipo no subgênero, o filme de Polanski é um que não assusta por si só, embora seja extremamente eficiente em deixar quem o assiste tenso. O terror de “O bebê de Rosemary” é como e onde a história se passa. O twist na narrativa foi trazer uma história que seria algo antigo para os dias “modernos”, trazendo também a ideia de que a modernidade não protege ninguém dos perigos antigos.


Assim como outras críticas de filmes com mais de 20 anos de idade, vou abordar a crítica não me privando de discutir spoilers. Caso você ainda não tenha assistido ao filme, e tenha interesse em vê-lo, é melhor que pare aqui.


Como acontece com filmes antigos que viraram icônicos da noite para o dia, vários outros cineastas já estudaram e repetiram demais as técnicas de roteiro usadas por Polanki e Ira Levin nesse longa ao traçarem sua narrativa. O que acontece, então, é que nos resta ver a origem daquele modelo, considerando-o como tal, mesmo que já nos deparamos com várias imitações mais recentes.


O choque de “O Bebê de Rosemary” se dá principalmente porque ele foi um dos primeiros filmes que tratou de temas como satanismo, saúde mental, paranoia e terror como elementos também presentes no mundo moderno, quebrando a barreira protetora de que esse tipo de história pertencia apenas a um passado distante o suficiente para que “essas coisas não acontecem no mundo real”.


O roteiro do longa é extremamente eficiente. Polanski e Levin criaram uma narrativa que se desenrola aos poucos, seguindo a risca as regras de causa e consequência, acertando o passo para que a audiência acabe descobrindo as reviravoltas junto com Rosemary, o que nos coloca mais perto de sua consciência e medos.

o coven em "O Bebê de Rosemary"

Uma coisa interessante que notei foi a decisão de fazer o coven (nome dado a um grupo de bruxas) um grupo formado por mulheres e homens, quando em várias outras produções, somente mulheres fazem parte desse grupo que é tomado por ser nefasto. O coven de “O bebê de Rosemary” é igualitário, e mostra que ninguém tem freios morais pelo preço certo.


As performances estão maravilhosas no filme, com atenção especial á Mia Farrow, que entrega uma protagonista encurralada, subjugada e descreditada, mas que ainda tem uma faceta feroz e imparável. Durante o filme todo, Rosemary é a âncora moral da audiência, e é impossível não só torcer por ela, como criar uma relação de solidariedade com a protagonista.

Mia Farrow como "Rosemary Woodhouse"

O último twist do filme é quando depois de tudo pelo que Rosemary passou, e por consequência os espectadores também, ela sucumbe ao mesmo mal do qual estava tentando se livrar, nos deixando sozinhos para enfrentar as consequências conceituais dessa sua última decisão.

O Bebê de Rosemary” é um filme que encanta por seu pioneirismo, e que é um clássico do cinema mundial, tornando-o um filme obrigatório para todos os interessados no gênero, e cinema em geral.

 
 
 

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Matinê Baiana

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