Review de "Os Três Mosqueteiros: Milady"
- Helena Vilaboim
- Jan 9, 2024
- 2 min read
Quem achou que a adaptação da narrativa do livro “Os Três Mosqueteiros” tinha terminado com o primeiro filme, "D´Artagnan" que lançou no meio do ano de 2023 estava muito enganado. A parte dois da narrativa, intitulada “Os Três Mosqueteiros: Milady” (Les Trois Mousquetaires: Milady), chegou aos cinemas brasileiros no dia 14 de dezembro, prometendo fechar um ciclo da história.
Após o rapto de Constance (Lyna Koudri) e da declaração de guerra entre os católicos franceses e protestantes ingleses, D’artagnan (François Civil) e seus companheiros precisam cumprir seu dever de proteger a França, ao mesmo tempo que descobrem quem estava por trás da conspiração contra o rei Louis XIII (Louis Garrel).
A novidade nessa segunda parte é que em vez de ser um mero obstáculo para os mosqueteiros, a Milady de Winter (Eva Green) é melhor desenvolvida, tendo seu passado apresentado, assim como objetivos e outras facetas exploradas, e a personagem se torna mais humana, apesar da capacidade quase sobrenatural de se manter viva mesmo nas situações mais adversas.
Também dirigido por Martin Bourbulon, essa sequência retém a qualidade de um épico histórico empolgante, com o elenco mais confortável em seus pap[eis e a maioria dos personagens já estabelecida na mente do público. Contudo “Os Três Mosqueteiros: Milady” sofre muito ao fragmentar a trama em pedaços diferentes.
Enquanto D’artagnan (François Civil) e Athos (Vincent Cassel) já haviam tomado espaço na narrativa anterior, a tomada de protagonismo nas tramas de Aramis (Romain Duris) e Pathos (Pio Marmaï) são um tanto forçadas e podem parecer completamente desconexas da trama central, comprometendo a imersão do espectador.
Diferentemente do primeiro filme, em que as tramas menores se juntavam no terceiro ato do longa, essa segunda parte nem tenta fazer esse esforço, dando a sensação de que seguimos algumas aventuras dos personagens no intuito de ser ultra fiel à obra de Dumas, mesmo que isso sacrifique a experiência mais dinâmica do cinema.
“Os Três Mosqueteiros: Milady” ganha pontos pela captura de imagens épicas e que realmente parecem ter saído de um livro de ficção histórica, que por vezes tira o fôlego do espectador, com sequências de combate muito bem coreografadas, principalmente no final do filme.
Mas em termos de narrativa, o longa poderia ter se mantido coeso e curto, se perdendo menos em devaneios. "Os Três Mosqueteiros: Milady" termina em aberto, mas até o momento, não houve anúncio de uma terceira parte sendo trabalhada.
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