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"Tempo": Outro desacerto de M. Night Shyamalan


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Pôster do filme

Do mesmo criador de “Corpo Fechado” (2000) e “Split” (2016), o filme “Tempo” (Old) surpreende pelas características negativas. O longa, que estreia nos cinemas hoje (29.07.2021), é um thriller de mistério e terror, que traz levemente a sensação de “Midsommar”, mas não alcança a qualidade desse.


A história segue a família Capa, que chega a um resort, um verdadeiro paraíso tropical, para aproveitar as férias. Quando a família é selecionada pelo proprietário do hotel para ir num passeio exclusivo, eles descobrem que estão presos na praia misteriosa. Durante o tempo em que a família passa lá, outros hóspedes chegam, e eles descobrem que a praia está servindo como uma fonte da juventude reversa. As tensões sobem quando um corpo é encontrado na praia e a suspeita entre o grupo aumenta.

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A direção de Shyamalan aqui é similar ás suas outras obras, e é eficiente em trazer os sentimentos de tensão, medo, e afeição e carinho nos momentos em que cabem. Talvez esse seja o ponto alto do filme, para quem está procurando outros trabalhos do diretor.


O elenco internacional chama atenção por seus nomes de peso em seus respectivos países, e a inovação aqui é igualmente um ponto de interesse e um problema pequeno, mas que chama atenção. Como o filme é original em inglês e nacionalidades diferentes tem seus próprios sotaques, o que acontece é uma pequena confisão ao entregar as falas, especialmente com a Prisca (Vicky Krieps). Embora haja essa confusãozinha com a entrega das falas, as performances em geral estão maravilhosas, especialmente as das crianças da narrativa.

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O roteiro, também de autoria de M. Night Shyamalan, deixa a desejar. O que temos aqui é uma quantidade absurda de diálogos expositivos, de fatos que já tinham sido notados pela audiência, causando uma sensação de redundância e chateação. Aqui, vemos quebrada umas das máximas mais fortes no processo de escrita de um roteiro: “Show, don’t tell” (Mostre, não explique).


Além disso, o plot fica previsível depois do final do primeiro ato, e em vez de pensar se alguma coisa vai acontecer, o jogo é transformado em tentar calcular quando e como vai acontecer, como uma brincadeira de advinha, que diverte, mas não traz a surpresa de que um filme bom de mistério se vale.


A trilha sonora composta por Trevor Gureckis é outro ponto fraco do filme. Ela é intrusiva, como se quisesse ditar a sensação que o espectador deve ter, o que é um mal sinal para a cena em si, pois fica a sensação de que sem a música, não haveria o impacto desejado.


Por fim, “Tempo” é um filme que exercita a assinatura cinematográfica do diretor M. Night Shyamalan, mas que não traz nada de muito novo, e que pessoalmente me deixou com a sensação de que a narrativa poderia ter sido trabalhada melhor, mas que infelizmente não deu… tempo para refinar as ideias.

 
 
 

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Matinê Baiana

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