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"The Last of Us": Uma Questão de Escolhas

O monopólio de boas histórias nunca pertenceu exclusivamente aos estúdios de cinema, embora as vezes possa parecer. Muitas vezes, essas histórias aparecem em outras mídias, como em posts de redes sociais, notícias de jornal e em video games. Há algum tempo, hollywood têm notado a potência e engajamento dessas narrativas com o público, e visando arrecadar uma nova gama de espectadores, tem investido em adaptações.

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The Last of Us, é uma série de 10 episódios original HBO que adapta a narrativa do jogo homônimo de 2013. Se passando numa distopia, a narrativa segue Joel (Pedro Pascal), um soldado veterano que ao se ver no meio de uma pandemia que transforma pessoas em monstros, tem que se adaptar. De repente, Joel se vê encarregado de Ellie (Bella Ramsey), uma garota que é imune ao vírus. Na jornada pelos estados Unidos, Joel e Ellie encontram "infectados" e uma gama de pessoas que tentam sobreviver de diferentes formas.

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Bella Ramsey como "Ellie"

The Last of Us é uma daquelas séries que embora os visuais e efeitos sejam de tirar o fôlego, o carro chefe da história é a dinâmica entre personagens e seus relacionamentos. E aqui, esse aspecto da narrativa é conduzida maravilhosamente bem.


Séries envolvendo zumbis não são difíceis de encontrar, mas "The Last of Us" é uma exceção no sentido de que consegue alcançar um patamar emocional e de produção em poucos episódios, graças a um roteiro muito bem adaptado e um elenco extremamente talentoso e dedicado.


Para quem jogou "The Last of Us" no PS, pode ter pressionado o play esperando que a história do jogo fosse simplesmente passada para a telona sem muitas mudanças, até porque a equipe de roteiro conta com Neil Druckmann, que foi responsável pela narrativa do jogo. Mas o que os gamers encontraram foi uma narrativa adaptada e em certas partes mudadas - Para melhoramento da experiência televisiva.


Nessas mudanças, estão o desenvolvimento de alguns personagens, do "Worldbuilding", e de algumas tramas adjacentes (Quem já viu o episódio 3 especificamente sabe do que estou falando). Essas mudanças podem ter pegado os puristas de surpresa, mas a opinião da melhora da narrativa é unânime.

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Bella Ramsey e Pedro Pascal como "Ellie" e "Joel"

O engajamento do público com Joel é instantâneo, assim como nossa percepção do mundo pós vírus. Como era de se esperar, a performance de Pedro Pascal é intensa e certeira, nos entregando tanto cenas extremamente carregadas de emoção como cenas de ação realistas e bem feitas.


Um protagonista endurecido pelo trauma, mas altamente adaptável, Joel vai de um cara de quem podemos não gostar muito, mas terminamos por nos ver muito em seu personagem, nos relacionamos com suas escolhas e seus motivos.


A outra face da moeda, Ellie, também segue esse padrão. Durona e adaptável, Ellie ainda nos surpreende por reter uma curiosidade e espanto infantis, que lhe permite ser aberta à possibilidades e desafiar a apatia de Joel. Bella Ramsey entrega uma performance incrivelmente poderosa, principalmente no penúltimo episódio.


Fora o núcleo protagonista "The Last of Us" nos entrega a mensagem geral da série de bandeja ao tomar tempo da narrativa principal para explorar flashbacks e personagens segundários. É aí que vemos que o coração da série é a conexão entre pessoas e as escolhas que nos obrigamos a fazer.

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Fora isso, a série trabalha muito bem o ângulo da pandemia de zumbis. A cenas perigosas são altamente tensas e é preciso parabenizar a equipe de maquiagem e efeitos práticos nessa área da produção.


Os Infectados realmente são produzidos com um cuidado de detalhe fantástico, e isso com certeza afeta o espectador quando a cena parece realista.


Concluindo, "The Last Of Us" é uma série que se mascara muito bem como terror, mas nos pega de surpresa com dramas muito bem escritos e uma simplicidade que nada tira do poder da narrativa.


Infelizmente, não é possível dizer que a série fecha com chave de ouro. Seu último episódio é corrido - o mais curto da temporada - e para concluir a narrativa numa quantidade fechada de episódios o roteiro apela para diálogos expositivos que destoam da sutileza do resto da série.

 
 
 

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Matinê Baiana

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