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"Till - A Busca por Justiça": Testemunhe o poder do amor de uma mãe

Muitos dizem que a história se repete, que é cíclica. Mas em algumas ocasiões, parece que nada foi realmente mudado através dos anos. Demorou 67 anos para que os Estados Unidos aprovasse a lei Emmett Till, que codifica o linchamento como crime de ódio nacionalmente. Ainda assim... Vemos casos como o de George Floyd, e mais recentemente de

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Jalyn Hall e Danielle Deadwyler em "Till"

Querendo colocar esse tema de volta na roda de conversa como uma terapia de choque, a biografia "Till: A Busca por Justiça" (Till), segue Mamie (Danielle Deadwyler), uma mulher no ano de 1955 que depois de seu filho Emmett (Jalyn Hall) é brutalmente assassinado durante uma viagem ao sul dos Estados Unidos, parte numa jornada para fazer os culpados pagarem por seu crime e acaba desencadeando o Movimento de Direitos civis nos EUA.


O longa baseado em fatos reais está disponível nos cinemas brasileiros desde o dia 9 de Fevereiro de 2023. Ele conta com 2 horas de duração, e está classificado para maiores de 14 anos.


Embora a história contada no filme seja famosa, sua recriação é ainda necessária, e a diretora e roteirista por trás do projeto, Chinonye Chukwu, soube conduzir a trama maravilhosamente bem. explorando a profundidade emocional de uma narrativa como essa, ainda que tentando ser respeitosa lidando com ela. Apesar disso, Chukwu não se esquiva de nos apresentar imagens chocantes que gelam o sangue.


Um aviso aos espectadores que não tem um estômago muito forte: Há dois momentos em que um corpo é mostrado em tela, e a imagem é realmente chocante.


O controle de Chuckwu sobre a narrativa visual é impressionante. Em nenhum momento "Till" trás a sensação de anacronismo, trazendo os anos 50 à vida com suas cores vivas e trajes elegantes e elaborados. Ela também mostra generosidade dando bastante liberdade para que o elenco tenha bastante espaço para se expressar em cada frame.

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Decisão acertadíssima, principalmente quando se trata da performance de Danielle Deadwyler. Sua presença na tela é poderosissíma no sentido de que a atriz entrega monólogos brilhantemente, e as cenas mais carregadas de tristeza e dor são de quebrar o coração. Mesmo em momentos simples ou que não são tão detalhados, Deadwyler consegue passar sentimentos fortes sem uma fala.


Há uma cena em especial em que a atuação dela é tão gutural, tão forte, tão crua que era possível imaginar que seu nome estaria em premiações internacionais de cinema. Se não foi dessa vez, certamente Deadwyler vai ser indicada num futuro próximo.


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Outro trunfo do filme é Jalyn Hall no papel de Emmett Till. Embora seu personagem só esteja presente até o primeiro ato do filme, a presença do garoto é crucial na tela, e é a performance de Hall que faz com que a audiência se conecte com ele de forma natural. Desatento ao perigo que corria no sul do país, Emmett foi o tipo de vitima que estava no lugar errado e na hora errada. Inocente e confiante demais, Hall nos faz ficar na ponta da cadeira, tensos, apesar de saber exatamente como a história termina.


Em conclusão "Till: A busca por Justiça" é um filme que passou despercebido pela temporada de premiação, mas que com certeza merece ser assistido. É um filme pesado, emocionalmente falando, e carrega performances poderosas.









 
 
 

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Matinê Baiana

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